in

94% dos portugueses disposto a mudar hábitos de compra em nome da sustentabilidade

Foto Shutterstock

O Oney Bank acaba de divulgar os resultados da segunda edição do “Barómetro Europeu das Melhores Práticas de Compra”, estudo realizado em parceria com a Harris Interactive com base num inquérito feito a uma amostra representativa da população europeia, concretamente em Portugal, Espanha e França. Dedicada à economia circular, a mais recente edição revela que os europeus se tornaram mais atentos ao seu consumo, aumentando o cuidado em evitar comprar produtos e serviços de que não necessitam, procurando adquirir produtos mais sustentáveis e reduzindo o seu consumo diário.

O estudo demonstra que, em 2022, a sustentabilidade dos produtos tem vindo a tornar-se um critério essencial para as compras, a par do preço, este último muito reforçado pelo atual contexto económico inflacionista. 94% dos portugueses e 86% dos europeus dizem estar prontos para mudar o seu consumo diário com o objetivo de proteger o ambiente.

 

Segunda mão

O mercado de artigos em segunda mão viu a sua popularidade aumentar 50% no espaço de um ano e metade dos europeus pretende recorrer mais a esta opção, ao longo deste ano. Para acelerar esta dinâmica, o preço, a confiança e os serviços associados, particularmente em termos de pagamento, revelam ser alavancas fundamentais.

Três quartos dos europeus e 78% dos portugueses afirmam ter optado por produtos em segunda mão, em vez de novos, nas compras dos últimos 12 meses, principalmente, para a compra de produtos relacionados com mobiliário, lazer e cultura. Em média, durante um ano, os europeus gastam 301 euros em produtos em segunda mão e 297 euros em produtos recondicionados. Os portugueses são os que mais admitem gastar, com uma média de gastos de 360 e 322 euros, respetivamente.

Nos próximos 12 meses, metade dos europeus planeia comprar mais frequentemente produtos em segunda mão ou recondicionados (57% no caso dos portugueses). 76% dos europeus e 78% dos portugueses admitem que a possibilidade de pagar os produtos em segunda mão de forma fracionada os encorajaria a comprar mais.

Com três em cada quatro europeus a terem optado por um produto em segunda mão em vez de um novo, nos últimos 12 meses, a escolha de produtos recondicionados ou em segunda mão é agora um comportamento estabelecido. Um compromisso mais responsável para o planeta, mas também a nível individual, num contexto em que os consumidores têm uma perceção de poder de compra decrescente desde o início do ano. Os franceses são os que mais admitem ter comprado produtos em segunda mão/recondicionados (85%), seguidos dos portugueses (78%) e espanhóis (73%).

Esta mudança de comportamento traduz-se no aumento das vendas em sites online e lojas de segunda mão, um mercado que cresceu significativamente no último ano, com um aumento de 50%.

 

Alterações de consumo

Atualmente, nove em cada 10 europeus (86%) estão prontos para alterar o seu consumo diário. No caso dos portugueses, esta predisposição é ainda mais notória (94%), nomeadamente no que se refere ao cuidado em não comprar produtos e serviços de que não necessitam (90%), em comprar produtos sustentáveis (96%) ou em reduzir o seu consumo diário (96%).

Nos últimos 12 meses, dois critérios de compra tornaram-se cada vez mais considerados pelos europeus como fatores determinantes no seu consumo: em primeiro lugar, o combate ao desperdício (56% a nível europeu e 57% em Portugal) e a sustentabilidade do produto (47% dos europeus e 45% dos portugueses). Entre os critérios de responsabilidade, a redução da pegada de carbono dos produtos comprados é assinalada como o menos importante para os consumidores europeus.

Em 2022, 90% dos consumidores europeus está particularmente atento à sustentabilidade dos produtos (96% no caso dos portugueses) e, mais especificamente, quando se trata de eletrodomésticos e tecnologia (telefones, computadores, etc.).

 

Pagamento fracionado como alavanca de compra responsável

Nos últimos 12 meses os produtos em segunda mão têm sido maioritariamente adquiridos online, em sites que permitem a compra e venda entre indivíduos (47%) ou em plataformas de compras na Internet (45%). Um mercado que tem evoluído rapidamente e onde as marcas mais conhecidas têm ganho notoriedade, mas para o qual os consumidores, especialmente aqueles que ainda não fazem tais compras, continuam a confiar mais nos retalhistas físicos (75% dos europeus e mais de 70% para os portugueses).

Enquanto a inflação continua a aumentar, num contexto de perceção de enfraquecimento do poder de compra dos europeus, desde o início do ano, o preço e a durabilidade dos produtos são ainda mais decisivos na decisão de comprar produtos em segunda mão (87% para os portugueses), o apoio ao cliente, a confiança e a qualidade do serviço continuam a ser critérios essenciais. O estudo conclui que 76% dos europeus (78% dos portugueses) compraria mais produtos em segunda mão ou recondicionados se pudessem pagá-los e forma fracionada.

Primark

Primark renova parceria com Recover

trabalho temporário

Jovens portugueses sentem-se financeiramente inseguros, stressados e estão apreensivos com o futuro