Eat4Change
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87% dos portugueses concorda que devemos consumir alimentos mais amigos do planeta

Em antecipação ao Dia Mundial da Alimentação, celebrado a 16 de outubro, a ANP|WWF apresenta o Eat4Change, projeto internacional que pretende consciencializar para a necessidade de mudança de hábitos alimentares, através da apresentação dos resultados de um inquérito realizado em nove países europeus (Áustria, Bélgica, Suécia, França, Grécia, Finlândia, Portugal, Estónia e Reino Unido). O inquérito revelou que os europeus e, nomeadamente, 87% dos portugueses inquiridos têm interesse em comer de forma mais sustentável, mas carecem de conhecimentos sobre como comprar e consumir alimentos sustentáveis.

Ângela Morgado, diretora executiva da ANP|WWF, indica que “a alimentação é um tema central para atingirmos uma natureza positiva e a promoção de uma dieta sustentável pode travar as alterações climáticas e a degradação do nosso capital natural. É essencial todos entendermos que cada refeição conta”.

 

Produção alimentar

A produção alimentar contribui para cerca de 25% do total das emissões globais de gases com efeito de estufa e espera-se que este número duplique, nos próximos anos. A expansão da agricultura e da pecuária nas regiões tropicais continua a ser a maior ameaça para as florestas e outros ecossistemas naturais. A produção agroalimentar ocupa já cerca de 40% das terras habitáveis do planeta e é o principal motor da perda de biodiversidade e da desflorestação e conversão de habitats.

Este inquérito mostra que apenas um em cada dois adultos europeus pensa que os alimentos que produzimos e consumimos têm um impacto negativo sobre o ambiente. Além disso, os europeus não estão claramente conscientes das ligações que estes impactos têm nas suas dietas pessoais, dissociando a questão ambiental da saúde nutricional.

Um terço dos inquiridos portugueses revelou uma posição bastante crítica sobre os impactos ambientais da produção nacional, considerando que esta tem um impacto mais negativo do que positivo.

Impactos ambientais

O inquérito vem revelar que os europeus estão preocupados com os impactos ambientais causados pelos alimentos produzidos e consumidos em grande escala. As principais preocupações são a poluição (80%), a perda de biodiversidade (79%), a destruição de terras (78%), o aquecimento global (77%) e as alterações na qualidade de lagos, rios e oceanos (77%). No entanto, mostrou que falta conhecimento sobre o impacto da produção alimentar em grande escala e hábitos de consumo na saúde do planeta.

Em 2020, a WWF apresentou o relatório “Achatar a Curva: O Poder Restaurador das Dietas que Respeitam o Planeta”, onde demonstra como a mudança para dietas sustentáveis melhora a saúde e ajuda a salvar o planeta. No caso de Portugal, o relatório revela que a mudança levaria a uma redução de aproximadamente 14% na mortalidade prematura, sobretudo através de uma diminuição da ingestão diária de alimentos (cerca de 13%), de um aumento do consumo de leguminosas em detrimento de carnes vermelhas, aves, lacticínios e ovos e da preferência por alimentos locais, sazonais ou biológicos.

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