O sector da carne vegetal e de laboratório na Europa Ocidental registou vendas de 2,3 mil milhões de euros, em 2021, mais 19% do que no ano anterior, acima da América do Norte (1,9 mil milhões), embora o investimento no sector nesta região ainda esteja abaixo do recebido na América do Norte e na América Latina. As empresas europeias de carne vegetal receberam investimentos no valor de 228 milhões de euros, em 2021, o que compara com os mais de mil milhões das empresas norte-americanas e 285 milhões na América Latina.
Estes são dados de um relatório anual sobre o estado desta indústria elaborado pela organização não governamental (ONG) Good Food Institute, que mostra que as vendas de carne vegetal cresceram, globalmente, 17%, em 2021, para os 5.150 milhões de euros.
“O relatório surge depois do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) ter destacado o potencial destes alimentos para ajudar a reduzir para metade as emissões globais, até 2030“, refere a ONG.
Carne de laboratório
Um padrão semelhante é observado nas empresas da União Europeia de carne de laboratório, que obtiveram 111 milhões de euros em investimentos, contra os 643 milhões das americanas e os 345 milhões das israelitas.
Do gabinete europeu do Good Food Institute, Carlotte Lucas salienta que tanto os sectores público como o privado devem começar a financiar a investigação e infraestruturas abertas para a cadeia de abastecimento, para “democratizar o conhecimento sobre proteínas sustentáveis” e abrir o mercado a todos os tipos de produtores. “As empresas europeias têm sido líderes de inovação neste espaço, mas com outras regiões a levarem as proteínas sustentáveis mais a sério, há um risco real de que a Europa seja deixada para trás. Transformar a produção de carne é essencial para que os governos europeus cumpram os seus objetivos climáticos“, afirma.