Para acelerarem mais a transição ecológica, é essencial que os consumidores optem, cada vez mais, por produtos e serviços sustentáveis. Um caminho que parece estar a ser trilhado, quando nove em cada 10 inquiridos confirmam valorizar produtos, empresas e marcas sustentáveis.
No entanto, no momento de comprar, só 11% afirma escolher exclusivamente empresas e produtos sustentáveis face a outros que não o sejam. Ainda assim, existe já uma maioria de consumidores (52%) que dizem adicionar, algumas vezes, estes produtos ao seu carrinho de compras.
Esta preferência por comprar sustentável não é, porém, ainda posta sempre em prática pela maioria dos cidadãos, com 61% dos consumidores a revelar que, para a generalidade dos produtos, dá pouca ou nenhuma preferência a matérias de sustentabilidade, o que se pode verificar em casos concretos, como na compra de brinquedos, roupa, calçado ou outros acessórios (56%) ou em produtos de higiene pessoal, cosmética e maquilhagem (51%), a título de exemplo.
A par disto, existem categorias em que se verifica maior adesão à sustentabilidade, nomeadamente em artigos como alimentos (62%), material escolar e de escritório (56%) e nos produtos tecnológicos (52%).
Neste contexto, uma das exigências feitas por 76% dos consumidores inquiridos é que, para poderem escolher melhor quando fazem as suas compras, é fundamental que, cada vez mais, mais produtos e serviços tenham um certificado ambiental para que possam rastrear a origem e a qualidade dos produtos.
74% dos consumidores não quer pagar mais por ser sustentável
Apesar de existir uma crescente procura e valorização de produtos mais sustentáveis, os dados revelam que 74% dos inquiridos não pretende pagar mais pelo mesmo. As consequências económicas que poderão advir da crise sanitária poderão justificar, em parte, esta realidade, porque 92% considera que a sua disponibilidade financeira para comprar produtos/serviços sustentáveis é reduzida.
Ainda assim, comparando com anos anteriores, existem cada vez mais consumidores disponíveis para pagar mais por estes produtos (26%, mais 15 pontos percentuais face a 2019). No entanto, 13% destes inquiridos declara estar disponível apenas para pagar até mais 5% por um produto que seja sustentável, 10% estaria disponível para pagar 5% a 10% a mais do preço e só 3% estaria disponível para pagar mais que este valor, respostas que pertencem a pessoas das classes mais elevadas, em idade ativa e residentes nas cidades.
Os dados do inquérito indicam ainda um aumento do nível de consciência, com metade (51%) a afirmar estar mais preocupada com as alterações climáticas do que há cinco anos. Assiste-se também a uma grande preocupação em relação ao futuro, no entanto, os inquiridos acima dos 55 anos dizem-se pouco preocupados, considerando que se dá demasiado ênfase às questões climáticas. Esta consciência ambiental é mais evidente nos jovens, entre os 18 e os 34 anos, que se revelam também mais preocupados com o impacto destas alterações no presente.