in

4 em cada 5 consumidores acreditam que as empresas estão a tirar partido da inflação para aumentar os preços

Foto Shutterstock

Um novo inquérito Euroconsumers revela que quatro em cada cinco consumidores acreditam que as empresas estão a tirar partido da crise do custo de vida para obter lucros. Estas conclusões surgem numa altura em que os consumidores indicam que têm vindo a fazer mudanças substanciais nos seus hábitos de consumo de alimentos, energia e outras áreas.

Com base nas conclusões, o Euroconsumers apela às autoridades para que analisem mais de perto os preços exatos que estão a ser fixados.

 

Inflação pesou sobre os consumidores em 2022

Em dezembro, mais de metade dos inquiridos (55%) considerou a sua situação financeira piorou face ao ano anterior. Trata-se de um aumento acentuado em relação a abril, quando a resposta à mesma pergunta foi de 39%.

Em abril, 28% dos inquiridos afirmou que a sua situação financeira era difícil ou muito difícil. Este número subiu para 35% dos inquiridos em dezembro.

Sem surpresa, isto teve um enorme impacto na poupança. 30% dos inquiridos afirmou não ter poupado de todo durante 2022 e 41% indicou não dispor de qualquer margem para fazer face a futuros aumentos de preços (contra 35% em abril).

 

Aquecimento desligado e menos gastos com alimentos

O disparo dos preços empurrou os consumidores para uma mudança de comportamento. Quase todos (93%) tomaram medidas para reduzir as despesas de energia, incluindo até desligar o aquecimento em casa com mais frequência (58%) ou mantê-lo mais baixo (56%).

Quando se trata de alimentos, 86% dos entrevistados mudou os hábitos de compra em 2022, devido ao aumento dos preços. Isto não abrange apenas a compra de marcas com preços mais baixos (61%) ou a compra de mais produtos em promoção (67%). De forma alarmante, quase um quarto (24%) está a comprar menos alimentos em geral.

 

Um longo ano pela frente

No inquérito de dezembro, 61% dos inquiridos afirmou que a mudança de comportamento teve um impacto negativo moderado a grande na sua qualidade de vida global. No que diz respeito ao bem-estar mental, mais de metade (54%) afirmou sentir um impacto negativo moderado a considerável.

A inflação e os aumentos de preços estão também a ter repercussões na confiança dos consumidores nas empresas e na governação. 80% dos inquiridos acredita que as empresas estão a tirar partido da inflação para aumentar os lucros. Ao mesmo tempo, mais de metade indicou não confiar nas autoridades nacionais e da União Europeia para controlarem eficazmente e evitarem “aumentos de preços injustificados”.

“Dado o enorme impacto que os aumentos de preços estão a ter na vida dos consumidores e na economia em geral, estas conclusões apelam a que os decisores políticos e as autoridades analisem de perto as diferentes configurações de preços, verifiquem se os custos mais elevados são realmente justificados e atuem se necessário”, afirma Els Bruggeman, Head of Policy and Enforcement do Euroconsumers.

 

Transição energética

Se há um lado positivo desta crise do custo de vida é o comportamento empenhado dos consumidores em relação à tão necessária transição energética: 73% expressou que planeia continuar a adotar comportamentos de poupança de energia, mesmo quando os preços baixarem. Da mesma forma, o aumento dos custos de energia elevou a consciência dos hábitos de economia de energia (70%) e equipamentos de economia de energia (59%).

Playstation 5

Reposição de stock da Playstation 5 faz cair preços

ICP Chair Handover_Kathrine Löfberg_Rui Miguel Nabeiro

Rui Miguel Nabeiro nomeado presidente da ICP