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Um novo estudo EY Future Consumer Index revela que mais de 75% dos consumidores a nível global dá hoje prioridade ao preço em vez das marcas, um sinal claro de como a inflação e a pressão económica estão a reformular os hábitos de consumo.
Este dado reforça a tendência crescente de procura por marcas próprias e de valorização das insígnias de fabricante, mesmo entre consumidores que historicamente demonstravam maior fidelidade às grandes marcas, e confirma que o consumidor está cada vez mais orientado por valor, conveniência e pragmatismo.
Preço é rei
Segundo o relatório, o preço é agora o principal fator de decisão de compra para oito em cada 10 consumidores. Apenas 22% continua a colocar a marca em primeiro lugar. Este padrão é transversal a diferentes faixas etárias, mas é mais acentuado entre os consumidores mais jovens. “O consumidor está cada vez mais pragmático: quer valor, conveniência e transparência. A marca, por si só, já não é suficiente”, sublinha o relatório.
Esta realidade tem gerado ganhos de quota para as marcas próprias, especialmente no sector alimentar. Nos Estados Unidos, por exemplo, 76% dos consumidores acredita que as marcas próprias ajudam a poupar dinheiro. No entanto, cerca de metade (55%) daqueles que as experimentam acabam por regressar às marcas de fabricante, principalmente devido a preocupações com qualidade, sabor ou desempenho.
Digitalização e promoções personalizadas
O estudo da EY indica que os consumidores mais velhos (Geração X e Baby Boomers) tendem a privilegiar os canais físicos. Já os mais jovens (Geração Z e Millennials) demonstram maior propensão para comprar online e para utilizar ferramentas digitais de comparação de preços e promoções personalizadas.
Além disso, a transparência sobre origem, impacto ambiental e práticas éticas também começa a ganhar relevância, sobretudo junto das gerações mais jovens, o que representa um desafio para as marcas que pretendem justificar um preço mais elevado.