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2 em cada 3 portugueses não dormem o suficiente

Os portugueses, além de dormirem pouco, não descansam bem e o suficiente durante a noite, o que afeta a sua qualidade de vida. Esta é a principal conclusão do estudo sobre os hábitos e a qualidade de descanso dos portugueses, realizado em janeiro de 2017 pela Conforama.

O estudo revela que 71% dos portugueses não dormem o suficiente, descansando sete ou menos horas por dia, e reconhecem que deveriam dormir pelo menos mais uma hora. O que significa que apenas três em cada dez portugueses dormem as oito horas recomendadas por dia. Aliás, 32% admite que o seu défice de sono supera as duas ou três horas diárias, colocando em risco a sua saúde.

Em 2016, a Associação Mundial de Medicina do Sono revelou que os distúrbios do sono constituem uma epidemia global, que ameaça a saúde e a qualidade de vida de cerca de 45% da população mundial. A falta de um sono de qualidade reduz a concentração, diminui a produtividade académica e profissional e é uma das principais causas de acidentes rodoviários. Pode levar também ao desenvolvimento de problemas de saúde, como a hipertensão, doença cardíaca e diabetes, entre outras doenças.

Uma das principais causas para esta falta de descanso deve-se aos maus hábitos na hora de ir para a cama. 63% dos portugueses deitam-se por volta das 24 horas ou mais tarde e quase um terço (28%) depois da 1 hora da manhã. Esta rotina pouco saudável está relacionada com diversos fatores, como é o caso do horário de trabalho (que em muitos casos, termina depois das 18 horas), o que também retarda o período em família e de lazer.

Porém, não se trata apenas de uma questão de horas de sono, tal como destaca o estudo da Conforama, já que 49% dos portugueses afirmaram não conseguir dormir bem durante a noite, admitindo que têm um sono irregular e acordam cansados. Apenas 21% dos inquiridos afirmam ter um sono profundo. Despertar durante a noite, o stress diário e ter um colchão desconfortável são as principais razões que afetam a qualidade do sono de mais de metade dos portugueses (53%). Além disso, 45% dos inquiridos admitem sofrer de dores relacionadas com a sua posição ao dormir, sobretudo nas costas (30%) e na região cervical (15%).

De acordo com Joaquim Moita, presidente da APSono, “o sono é fundamental à vida. Como tal, o sono de curta duração ou de má qualidade tem complicações a nível psíquico e cardíaco, pelo que diminui a esperança de vida. Os portugueses têm consciência desta realidade. No entanto, deitam-se tarde e levantam-se cedo. Têm dificuldade em adormecer, acordam frequentemente e recorrem a medicamentos para dormir. Levantar e deitar sempre à mesma hora, fazer exercício moderado, evitar álcool e dormir numa cama adequada são essenciais para ter um sono tranquilo e eficaz. O quarto deve ter uma temperatura de 18 graus. O sistema de controlo da temperatura e humidade do colchão, ao longo da noite, é importante. As propriedades elásticas do colchão e a sua adaptabilidade a cada indivíduo saudável ou com doenças específicas são fundamentais. Dormir bem não é só uma necessidade vital, mas também um prazer.

No entanto, 66% dos portugueses reconhecem que dormir bem é essencial para melhorar a sua qualidade de vida e apenas 1,3% dos inquiridos afirmam que dormir pouco não os afeta. Como tal, três em cada cinco portugueses afirmam que ter um bom colchão é fundamental para garantir uma boa qualidade de sono, bem como uma boa alimentação e a temperatura ideal no quarto.

Curiosamente, a maioria dos portugueses desconhecem alguns dos principais benefícios para a saúde  de dormir bem e mais de 70% não sabe que dormir bem pode ajudar a controlar e a perder peso. A diminuição do risco de sofrer ataques cardíacos e de acidentes cerebrovasculares, o reforço do sistema imunitário, a melhoria do estado de humor e o facto de funcionar como um tratamento de beleza são outras das vantagens para a saúde, que a maioria dos portugueses ainda não têm consciência.

Os habitantes da área metropolitana de Lisboa, com 2.810 milhões de pessoas, são os que dormem menos horas de sono por dia (74% dos inquiridos afirmam dormir sete ou menos horas por dia), comparativamente com o Norte do país (70%) e a região do Centro (69%).

O estudo realizado pela Conforama também revela que os homens dormem, em média, menos horas por noite (72%) do que as mulheres (69%), embora seja o sexo feminino a admitir uma maior necessidade de horas diárias de sono, mais 6% do que os homens. No geral, 49% dos portugueses afirmaram não conseguir dormir bem durante a noite, reconhecendo que têm um sono irregular e acordam cansados. Apenas 21,3% dos inquiridos afirmam ter um sono profundo.

Mais de metade dos portugueses dormem acompanhados (61%) e uma em cada cinco pessoas admite que tal afeta o seu sono. Ressonar (25%), dar voltas na cama (11%) e o calor (9%) são os principais problemas de dormir acompanhado.

Por último, o estudo da Conforama também abrangeu um aspeto fundamental para ter um bom descanso, como é o caso do colchão. Neste sentido, a sondagem revela que três em cada cinco portugueses afirmam que ter um bom colchão é fundamental para garantir uma boa qualidade de sono, a par de uma boa alimentação e a temperatura ideal no quarto. O conforto e a saúde são os aspetos mais valorizados pelos portugueses num colchão. Contudo, um em cada três portugueses ainda escolhe o modelo em função do preço, independentemente das suas necessidades, e 29% admitiu que este foi o fator decisivo de compra quando adquiriu o atual colchão.

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