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World Economic Forum antecipa transformação radical do mercado de trabalho até 2030

Até 170 milhões de novos empregos serão criados, mas 92 milhões desaparecerão

Foto Shutterstock

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O mercado de trabalho global está prestes a sofrer uma transformação profunda até ao final da década. De acordo com um relatório do World Economic Forum (WEF), intitulado “Future of Jobs Report 2025”, o mundo poderá assistir à criação de até 170 milhões de novos postos de trabalho até 2030, embora 92 milhões sejam eliminados no mesmo período. A mudança líquida equivale a um crescimento global de 7% no emprego.

Este cenário resulta da conjugação de vários fatores estruturais, como o avanço tecnológico, a transição ecológica, a incerteza económica, mudanças demográficas e as tensões geopolíticas. O estudo baseia-se em dados de mais de mil empresas empregadoras, representando 14 milhões de trabalhadores em 22 sectores e 55 países.

 

Tecnologia, clima e geopolítica como motores de mudança

Entre as principais tendências identificadas, o destaque vai para a expansão do acesso digital e o impacto da inteligência artificial (IA), robotização e armazenamento energético, que reconfiguram sectores inteiros.

A transição verde, com procura crescente por engenheiros ambientais, especialistas em energias renováveis e veículos elétricos, é também tendência, assim como a fragilidade económica, que levará as empresas a priorizarem perfis com maior flexibilidade, pensamento criativo e resiliência.

Nota, ainda, para a fragmentação geopolítica, que impulsionará a procura por especialistas em cibersegurança e segurança digital.

 

Empregos e competências do futuro

As profissões mais promissoras incluem especialistas em big data, IA e aprendizagem automática, desenvolvedores de software e apps, profissionais de cuidados de saúde, educação e serviços sociais, trabalhadores da construção, agricultura e entregas de última milha.

Por outro lado, funções administrativas e repetitivas, como cobradores, caixas, rececionistas e digitadores de dados, estão entre as mais ameaçadas pela automação.

O relatório estima que 39% das competências-chave exigidas hoje mudará até 2030, destacando como mais valorizadas o pensamento analítico e criativo, a resiliência, agilidade e capacidade de adaptação, a liderança e influência social, competências em redes, IA, macrodados e cibersegurança.

Habilidades em declínio incluem a destreza manual, a resistência física e a precisão técnica.

 

Transformação exige novas estratégias de talento

O relatório salienta a urgência do reskilling e do upskilling. 85% dos empregadores pretende investir na atualização de competências da força de trabalho, 70% prevê contratar pessoas com novas competências e 40% admite reduzir pessoal cujas funções se tornem obsoletas.

O bem-estar no trabalho também ganha centralidade, com 64% das empresas a considerar o apoio à saúde mental e física como estratégia-chave para atrair e reter talento. Por sua vez, o salário continuará a ser um fator decisivo: 52% das empresas planeia alocar uma maior proporção de receitas a remuneração até 2030.

As políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) ganham também novo impulso, com 83% das empresas a implementar iniciativas nesse sentido, face aos 67% registados em 2023.

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Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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