Na quarta-feira, dia 11 de novembro, o Parlamento aprovou o acordo entre a União Europeia e a China, que protege a denominação de 200 indicações geográficas alimentares europeias e chinesas da contrafação.
O Parlamento Europeu aprovou o acordo assinado em setembro entre a União Europeia e a China, com 645 votos a favor, 22 contra e 18 abstenções. Este acordo assegura que uma centena de produtos europeus com indicação geográfica estará protegida na China contra imitações e uso indevido do nome do produto. Entre esses produtos, figuram várias especialidades portuguesas, como os vinhos do Alentejo, do Dão, do Douro, o vinho verde, o vinho do Porto e a pera rocha do Oeste. Entre outras especialidades europeias, constam também o Feta, Münchener Bier, Polska Wódka e Queso Manchego.
Como contrapartida, uma centena de produtos chineses usufruirá também de igual proteção no espaço europeu.
Os eurodeputados aprovaram ainda a extensão do acordo para que este possa abranger 175 produtos europeus e chineses nos próximos quatro anos.
Estimular a confiança
Em 2019, a China era o terceiro maior importador de produtos com indicações geográficas da União Europeia, incluindo vinhos, bebidas espirituosas e produtos agroalimentares. No entanto, em 2018 e 2019, 80% dos produtos contrafeitos e pirateados apreendidos na União Europeia tinham origem na China, causando prejuízos no valor de 60 mil milhões de euros aos fornecedores europeus, refere a proposta de resolução.
O Parlamento Europeu felicitou o acordo, descrevendo-o como um “importante exercício de construção de confiança” durante as negociações que ainda decorrem entre a União Europeia e a China com vista a um acordo de investimento bilateral.
Relativamente ao acordo, o relator Iuliu Winkler afirmou que “este é o primeiro acordo económico e comercial alguma vez assinado com a China e, por isso, tem um valor simbólico e confiança acrescidos. Este acordo promete incentivar as exportações agroalimentares europeias para a China, que valiam já 14,5 mil milhões de euros em 2019. É também uma boa medida de ambição por parte da China em proteger, de forma mais robusta, os direitos de propriedade intelectual”.
Obtida a aprovação do Parlamento, o Conselho Europeu terá agora de adotar o acordo para que este possa entrar em vigor no início de 2021.