O verão foi favorável para o sector das bebidas. A intensidade da compra reforçou as bebidas sem álcool, enquanto a compra mais regular ajudou as bebidas alcoólicas.
De acordo com a segunda edição do Marcas+Consumidores, estudo que resulta de uma colaboração entre a Centromarca e a Kantar Worldpanel, os primeiros nove meses registaram uma certa estabilidade, com as bebidas não alcoólicas a aumentarem 0,6% em volume, mas com uma tendência negativa de 0,9% em no sector das bebidas alcoólicas. De facto, os vinhos não conseguiram inverter a tendência de perda e as águas e os sumos motivaram a estabilidade geral do sector, beneficiando da vontade dos consumidores em optarem por soluções mais saudáveis.
Esta não é, contudo, uma tendência de agora. Como nota Blandine Meyer, diretora comercial da Kantar Worldpanel, o consumo per capita de bebidas, com e sem álcool, está em queda desde 2012, uma vez que os portugueses se estão a afastar do consumo da categoria dentro do lar. Face a 2014, os lares portugueses compraram menos 20 litros de bebida nos primeiros nove meses deste ano.
Já no período de verão, registaram-se aumentos de 8,4% nas bebidas não alcoólicas e de 2,2% nas alcoólicas. De facto, as bebidas sem álcool apresentaram muito dinamismo neste período específico, especialmente por via da intensidade de compra. Já as alcoólicas atraíram mais “shoppers” que compraram mais regularmente. No verão, os sumos de fruta e as cervejas apresentaram mais dinamismo que as águas, ainda que estas tenham conseguido maior intensidade de compra.
Manuel Pinheiro, presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) e convidado especial da apresentação desta segunda vaga do estudo Marcas+Consumidores, realizada esta quarta-feira, dia 12 de outubro, na Cerveteca, em Lisboa, salientou a importância das exportações para o sector das bebidas, com destaque para vinhos e cervejas, e os problemas que ocorrem em importantes mercados de destino e indicou o valor potencial que o comércio eletrónico pode vir a adquirir para o sector. “O turismo tem um peso crescente para a fileira das bebidas, seja pela via direta do consumo em Portugal por parte de quem nos visita, seja também pela capacidade de reforçarem, no regresso, as compras de bebidas portuguesas nos seus mercados de origem”, acrescenta Manuel Pinheiro.