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Vendas de azeite na Europa descem em volume mas aumentam em valor

De acordo com a última análise de vendas em valor e volume de azeite, feita em sete países europeus pela consultora IRI, em seis deles houve um crescimento de vendas em valor próximo de 6%, em relação ao ano anterior, graças aos custos mais elevados com matérias-primas e a inflação dos preços em todas as regiões.

Simultaneamente, todos os mercados mostraram reduções no volume de vendas no último ano. Especificamente, a queda mais notável ocorreu em Espanha (-6,8%), seguida pela Alemanha (-6,7%) e Grécia (-6,0%). A Holanda e a Itália mostraram as menores reduções de volume, com -0,4% e -0,6%, respetivamente.

Os preços do azeite aumentaram substancialmente, uma vez que as colheitas ruins e as condições económicas desafiadoras afetaram o preço das matérias-primas e os custos de produção em até 13% ou 14% em países como Grécia e Itália“, diz Olly Abotorabi, diretor sénior de insights regionais na IRI. “Como resultado, estamos diante de um panorama muito interessante do estado atual do mercado, com o volume de vendas a cair em todas as geografias, mas com um aumento nas vendas em valor em relação ao ano anterior. Esse contexto de aumentos de preços nos lineares convenceu muitos consumidores a experimentar outras gorduras alimentares. Na Alemanha, por exemplo, vemos que o volume de vendas de óleos de linhaça está a crescer, chegando a 18% mais em relação ao ano anterior, embora a partir de uma base pequena, enquanto os preços mais baixos do óleo de girassol parecem ter incentivado as suas vendas, com aumentos de volume de 10% em relação ao ano passado”.

Segundo o estudo da IRI, o mercado europeu de azeite tem um valor total de três mil milhões de euros. O azeite extra-virgem conseguiu evitar uma queda no volume de vendas em relação ao ano anterior, ajudado em parte pela menor inflação de preços em comparação com a categoria geral. O azeite extra virgem contribui agora com 1.200 milhões de euros, enquanto o azeite padrão representa cerca de 750 milhões de euros.

Deve notar-se que as vendas de azeite biológico cresceram 37,4% em valor e 17,5% em volume no mercado britânico em comparação com o ano anterior, em parte graças ao facto dos compradores considerarem que este produto é mais saudável. De qualquer forma, este ainda é um segmento de nicho.

O mercado das azeitonas mostrou um padrão semelhante, de acordo com a consultora, já que seis dos sete países registraram um crescimento de vendas em valor próximo a 6%. No entanto, todos os mercados apresentaram decréscimos em volume no último ano. As azeitonas verdes dominam o mercado em toda a Europa, mas as azeitonas pretas mostraram um crescimento subjacente mais forte e consistente.

Se pensarmos no futuro, é provável que uma melhoria na colheita e produção ajude a reestimular as perspetivas de crescimento das vendas de azeite, mas este produto continuará a enfrentar um aumento na concorrência dos tipos de óleo alternativos, como o gergelim, a colza ou o coco“, acrescenta Olly Abotorabi.

A IRI também antecipa que os fabricantes de azeite estarão sob crescente pressão ao nível do packaging. Embora os formatos de garrafas de plástico funcionem bem nos principais mercados europeus, estarão suscetíveis a uma maior pressão ambiental por parte dos consumidores e a uma mudança de abordagem por parte dos retalhistas.

Assim como nas azeitonas, o crescimento do sector de snacks saudáveis em toda a Europa verá o surgimento de embalagens mais inovadoras, como as embalagens para consumidores que procuram opções prontas para consumo, conforme identificado num relatório recente da consultora.

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