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Venda das marcas Air Wick e Cillit Bang pela Reckitt enfrenta obstáculos

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O plano da Reckitt para alienar a sua divisão de limpeza doméstica, que inclui marcas como Air Wick, Cillit Bang e Calgon, está a enfrentar dificuldades significativas, reporta a agência Reuters.

O processo, que fazia parte da reestruturação estratégica da empresa para se focar em segmentos de maior crescimento e rentabilidade, está agora em risco de não se concretizar nos moldes inicialmente previstos.

 

Negociações com fundos abrandam

Vários fundos de capital privado, incluindo a Advent International e a Lone Star, manifestaram interesse, mas as negociações desaceleraram substancialmente. A Apollo Global, também apontada como potencial compradora, não apresentou qualquer proposta final.

A Reckitt esperava obter entre quatro e cinco mil milhões de dólares (entre 3,7 e 4,7 mil milhões de euros) com a venda da unidade, mas, segundo fontes próximas do processo, pelo menos um dos grupos interessados terá reduzido a sua oferta para entre três e quatro mil milhões de dólares (entre 2,8 e 3,7 mil milhões de euros), colocando em causa o valor desejado pela multinacional.

 

Desempenho financeiro da divisão acentua pressão

A divisão de produtos de limpeza da Reckitt registou uma queda de 7% nas receitas no primeiro trimestre, totalizando 482 milhões de libras, cerca de 564 milhões de euros. Este resultado ficou bem abaixo da projeção de uma descida de apenas 2%, agravando a perceção de fragilidade da unidade que está em venda e reduzindo o seu poder negocial no mercado.

Esta tentativa de desinvestimento insere-se numa reestruturação iniciada no verão de 2024, com o objetivo de recentrar o portefólio da empresa em categorias mais estratégicas e lucrativas. A Reckitt tem vindo a reforçar a aposta em marcas como Dettol, Lysol, Nurofen, Durex, Finish, Strepsils e Veet, todas com forte penetração nos segmentos de saúde e higiene, áreas consideradas prioritárias para o futuro da companhia.

 

Mercado volátil e fatores externos atrasam operação

De acordo com a Reuters, apesar de manter a intenção de concluir a venda até ao final de 2025, a Reckitt reconhece que as condições voláteis do mercado financeiro, agravadas por incertezas macroeconómicas e instabilidade geopolítica, podem atrasar, ou mesmo inviabilizar, o negócio.

Outro fator externo a pesar no processo são as barreiras comerciais e tarifárias impostas recentemente pelos Estados Unidos, que estão a aumentar a cautela dos fundos internacionais, dificultando operações deste tipo.

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Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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