A Unilever está a explorar a possibilidade de abrir o capital da sua divisão de gelados, avaliada em cerca de 15 mil milhões de euros, após o insucesso nas negociações de venda para fundos de capital de risco.
A decisão faz parte de um plano mais amplo de transformação liderado pelo CEO, Hein Schumacher, que inclui a reestruturação da empresa e o corte de 7.500 postos de trabalho.
Desafios na venda
A divisão de gelados, que representa 16% das vendas globais da Unilever, inclui marcas icónicas como Magnum, Carte d’Or e Ben & Jerry’s. No entanto, a complexa cadeia de fornecimento do sector foi apontada como um obstáculo para potenciais compradores. Especialistas afirmaram ao Financial Times que a gestão desta divisão seria desafiadora para um novo operador.
No terceiro trimestre, as vendas de gelados da Unilever registaram uma queda de 9,8% em relação ao ano anterior, superando as expectativas negativas dos analistas, que previam uma redução de 4,3%. Apesar disso, Hein Schumacher reforçou que a separação da divisão de gelados é a opção mais provável e deverá ser concluída até ao final de 2025.
Histórico de desinvestimentos
Esta não seria a primeira vez que a Unilever vende ativos a grupos de investimento. Em 2017, a KKR adquiriu o negócio de molhos da empresa por sete mil milhões de euros e, em 2021, a CVC comprou a divisão de chás por 4,5 mil milhões de euros.
Com a possível IPO, a Unilever espera atrair novos investidores para a divisão de gelados, garantindo recursos para fortalecer outras áreas do negócio. Esta movimentação faz parte de uma estratégia mais ampla para tornar a empresa mais ágil e focada nas suas áreas principais de atuação.