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Uma categoria inovadora e resiliente

Com crescimentos de 4% em valor e de 3% em volume, as conservas de peixe continuam a demonstrar toda a sua dinâmica e resiliência, não obstante o seu baixo PVP médio unitário. Responsáveis por 147,3 milhões de euros de riqueza gerada no período analisado, de acordo com a Nielsen, esta categoria viu ainda os volumes transacionados crescerem para 174,4 milhões de unidades de 120 gramas colocadas no mercado, o que dá conta do bom momento que atravessa.

Os dados são do final do exercício de 2016, mas estamos em crer que o pano de fundo não mudou assim tanto em 2017 para a dinâmica desta categoria. Sinónimo de conveniência e de praticidade, as conservas e enlatados são hoje um universo na “moda” para muitos consumidores que voltaram, aparentemente, a reconhecer valor acrescentado na sua aquisição e consumo. Não só pelos evidentes benefícios para a saúde, como pela alargada panóplia ao dispor do consumidor. À medida que o calor se aproxima, é expectável que os rácios de vendas apresentados pelas conservas de peixe em finais de 2016 se mantenham, até porque atum, sardinha em lata, cavala e outros são muito apreciados em leves refeições e um excelente complemento para todos os tipos de dietas alimentares, ou mesmo um repasto por si.

Produtos de todo o ano e não tanto sazonais, certo é que a sua penetração nos lares dos portugueses é de 93%, de acordo com a Nielsen, o que diz bem da sua presença no cabaz dos portugueses, que gastam 2,92 euros em produtos desta categoria a cada visita a uma superfície comercial, um gesto repetido por 11 vezes em média ao longo do ano.

Pouco dirão alguns, muito outros, isto face a um passado recente, com a categoria de conservas de peixe a ser hoje considerada como diferenciadora e geradora de valor acrescentado, ao ponto de suscitar a criação de algumas lojas dedicadas a esta indústria no espaço nacional. Repleta de bons produtos, muitas alternativas de consumo, diversas marcas histórias que povoam o nosso universo individual e coletivo e que se apresentam com uma renovada vida em meados de 2017. Seja no mercado interno, seja nos mercados externos, ao ser visto, em muitos destinos internacionais, como um produto gourmet ou, em muitos casos, com estes países de destino a receberem outro tipo de produtos, seja no seu corte ou composição, seja no formato e embalagem.

Saúde como “trend”
Um mundo de possibilidades em formato de lata, que se estende aos vegetais em conserva (+3% em valor, 93,7 milhões de euros; +4% em volume, 58 milhões de quilogramas colocados no mercado), às salsichas em conserva (-1% em valor, 46,5 milhões de euros; 59 milhões de unidades (+0%)), aos produtos de tomate em conserva (+2% em valor, 24,4 milhões de euros; +4% em volume, 19,5 milhões de quilogramas comercializados), às frutas em conserva (+6% em valor, 19 milhões de euros; -1% em volume, 9,4 milhões de quilogramas) e, por último, aos patés cárnicos e vegetais em conserva (+2% em valor, 4,2 milhões de euros; + 2% em volume 2,9 milhões de unidades de unidades de 120 gramas comercializadas). O que demonstra, por um lado, a abrangência dos produtos comercializados neste formato de embalagem, como, por outro, o quanto o grande “trend” da saúde também potencia um maior consumo destes artigos, com os portugueses a estarem mais suscetíveis à sua aquisição, fruto de uma relação qualidade/preço extremamente competitiva, como do facto de apresentar uma diversidade de utilização ampla e um prazo de validade alargado. Útil para a vida agitada do quotidiano.

Argumentos de uma indústria que, e combinadas em valor as diferentes categorias aqui citadas, representa já mais de 335 milhões de euros de riqueza anualmente gerada, não obstante a forte pressão das promoções e dos folhetos, assim como uma presença muito significativa das vendas de marcas próprias neste universo. Influenciados pelo “trend” saúde, são, contudo, muitos os consumidores que optam pela segurança das suas marcas preferidas, sinónimo de confiança e de uma boa escolha quando em causa está a opção por uma alimentação saudável. Por cá, ou por lá, onde existem muitas e boas marcas portuguesas a criar o seu caminho e a conquistar o seu espaço no mercado.

O que diz a Nielsen?
As conservas de peixe são não só um caso de sobrevivência no mercado nacional, mas também um produto de sucesso, que tem sabido inovar e projetar o consumo para o mercado externo.

A “inovação e a renovação” do portfólio das marcas poderá vir a dinamizar o crescimento no curto prazo. Por outro lado, a crescente preocupação com a prática de uma alimentação saudável é também um fator de sucesso para as conservas de peixe dadas as suas propriedades nutricionais enquanto fonte de proteínas e gorduras insaturadas.

As conservas de peixe continuam a crescer a um ritmo superior à média dos bens de grande consumo: no ano 2016, venderam-se em Portugal (Nielsen Market Track) 147,3 milhões de euros e 174,4 milhões de unidades de 120 gramas, com crescimentos de 4% e 3%, respetivamente. O “driver” desta tendência tem sido o atum, que representa quase 83% do negócio. Existem ainda outros segmentos que, com menor expressão, se apresentam mais dinâmicos, como é o caso da cavala, com crescimento de 8%, e as pastas, com crescimento de 6% (valor).

As marcas de distribuição, que ainda representam aproximadamente 36% em valor, têm vindo a perder expressão na categoria para as marcas de fabricante. Esta dinâmica está interligada ao reforço promocional por parte dos fabricantes, verificado nos últimos anos. O aumento promocional das marcas tem vindo a influenciar a descida do preço do produto, tornando assim as conservas de peixe num nível mais competitivo e mais acessível ao consumidor.

Este artigo foi publicado na edição 44 da Grande Consumo.

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