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A Starbucks confirmou a venda de uma participação maioritária de 60% do seu negócio na China à firma de private equity Boyu Capital, sediada em Hong Kong, através da criação de uma nova joint-venture que irá assumir o controlo das quase oito mil lojas da marca no país. O valor do acordo ascende a quatro mil milhões de dólares.
Segundo a empresa, a Starbucks continuará a deter 40% da nova entidade e manterá a posse e o licenciamento da marca e da propriedade intelectual. Permanecerá também operacionalmente responsável pelos seus ativos não-retalhistas, incluindo o Kunshan Coffee Innovation Park e o Yunnan Farmer Support Centre, dois pilares estratégicos da operação chinesa.
Com esta transação, o valor total da atividade da Starbucks na China deverá ultrapassar os 13 mil milhões de dólares, incluindo a venda da participação, o valor da fatia remanescente e as receitas futuras de royalties.
Acordo quer acelerar expansão para 20 mil lojas
Para o CEO, Brian Niccol, o acordo surge após forte interesse de diversos investidores, culminando numa escolha estratégica: “Este modelo permite combinar a força da marca Starbucks e a nossa cultura com o profundo conhecimento do mercado chinês por parte da Boyu”, afirma, acrescentando que a parceria cria condições para a Starbucks mais do que duplicar a sua presença no país, passando das atuais cerca de oito mil lojas para 20 mil unidades ao longo do tempo, num mercado marcado por competição crescente e transformação acelerada.
A China é o segundo maior mercado da Starbucks, mas enfrenta uma concorrência cada vez mais acentuada, sobretudo da Luckin Coffee, que já ultrapassou a marca norte-americana em número de lojas e soma mais de 22 mil unidades na China (24 mil globalmente). A Cotti Coffee, outro operador em rápido crescimento, também pressiona o mercado.
Boyu Capital reforça presença no retalho e consumo
Fundada em 2011, a Boyu Capital tem mais de 200 empresas em portefólio e escritórios em Hong Kong, Pequim, Xangai e Singapura. Para Alex Wong, partner da Boyu, a força da marca Starbucks e a sua ligação ao consumidor chinês foram decisivas: “A parceria reflete a nossa convicção no valor da marca e na oportunidade de trazer ainda mais inovação e relevância local”.
A joint-venture deverá estar totalmente finalizada no segundo trimestre do ano fiscal de 2026, após a aprovação regulatória.




