in

Smartphones vão integrar capacidades de aprendizagem automáticas

 A Deloitte prevê que mais de 300 milhões de smartphones, ou mais de um quinto das unidades vendidas em 2017, irão integrar capacidades de aprendizagem automática nos próximos 12 meses.

A 16.ª edição do estudo “Technology, Media & Telecommunications (TMT) Predictions” da Deloitte demonstra como os dispositivos móveis serão capazes de executar tarefas de aprendizagem automática, mesmo sem ligação à rede móvel, e de alterar o modo como os humanos interagem com a tecnologia, de forma transversal a todas as indústrias, mercados e na sociedade.

No entanto, e com o decorrer do tempo, a aprendizagem automática em dispositivos móveis não se irá restringir apenas aos smartphones. Esta tecnologia será implementada em dezenas de milhões (ou mais) de drones, tablets, automóveis, dispositivos de realidade virtual ou aumentada, instrumentos médicos, dispositivos de Internet das Coisas (Internet of Things – IoT) e em novas tecnologias ainda desconhecidas. “A aprendizagem automática é fascinante e vai revolucionar a forma como realizamos simples tarefas, como a tradução de conteúdos, mas terá também consequências importantes no campo da segurança e da saúde, que permitirão melhorar a sociedade. A aprendizagem automática é, por exemplo, um bom ponto de partida para melhorar a resposta em casos de acidentes, salvar vidas através dos veículos autónomos e até reverter a batalha que travamos contra os ciberataques”, afirma António Lagartixo, Partner e Technology, Media and Telecommunications Leader da Deloitte.

Outra inovação que tem a capacidade de transformar o mundo em que vivemos é a travagem automática. A Deloitte prevê que, em 2022, e apenas nos Estados Unidos da América,  haja menos 6.000 mortes em acidentes rodoviários, um decréscimo de 16% face a 2017. O fator com maior impacto nesta redução serão as tecnologias de travagem automática de emergência (automatic emergency braking – AEB). Espera-se que os sistemas AEB sejam amplamente adotados, económicos e bem-sucedidos no que respeita a salvar vidas, de tal forma que poderão mesmo desacelerar a adoção de carros autónomos.

A IT-as-a-Service será responsável por 35% da despesa de TI. Não se trata apenas de desenvolver novas tecnologias, mas da forma como é aplicada e que vai transformar o modo como vivemos e trabalhamos. A Deloitte prevê que, até ao final de 2018, a despesa em IT-as-a-Service, nomeadamente em data centers, software e serviços vai ascender a próximo de 550 mil milhões de dólares, um valor acima dos 361 mil milhões de 2016. Apesar dos flexíveis modelos de negócio baseados no consumo não serem ainda ubíquos em 2018, representando mais de um terço de toda a despesa em TI, espera-se que excedam meio bilião de dólares e que observem um rápido crescimento. Esta mudança irá começar a transformar a forma como a indústria compra e vende tecnologia a nível global nos diferentes tipos de negócios.

“Em 2017, as tecnologias, os media e as telecomunicações vão tornar-se ainda mais móveis. Combinadas com capacidades mais inteligentes e mais rápidas, estas inovações vão obrigar as empresas, os governos e os consumidores a desenvolverem a forma como operam e a criar oportunidades para uma transformação mais abrangente em todas as indústrias”, sublinha António Lagartixo.

Outras tendências a observar:         

1 – Ciberataques entram na era do terabit
Em 2017, os ataques de Distributed Denial-of-Service (DDoS), uma forma de ciberataque, vão aumentar em escala. Serão mais difíceis de mitigar e irão aparecer com maior frequência. Espera-se, em média, um ataque de escala terabit/s (Tbit/s) por mês, mais de 10 milhões de ataques no total e uma média de 1,25 e 1,5 gigabits por segundo (Gbit/s) por ataque. Este aumento de ameaça DDoS fica a dever-se, em grande parte, ao crescente número de dispositivos de IoT, à disponibilização online de metodologias de malware, que permitem que cibercriminosos com pouca experiência explorem equipamentos IoT não protegidos e os utilizem para lançar ataques e aceder a cada vez maiores velocidades de largura de banda.

2 – Segurança biométrica chega a milhares de milhões
A base ativa de dispositivos equipados com leitores de impressão digital deverá ascender a mil milhões, pela primeira vez, no início de 2017. Em média, cada sensor será utilizado 30 vezes por dia, o que implica um total agregado de 10 biliões de utilizações num ano. Com o acelerado ritmo de acesso e adoção desta tecnologia, o desafio passa por determinar que aplicações adicionais poderão integrar leitores de impressão digital e outros sensores biométricos, para garantir formas de autenticação mais rápidas e seguras.

3 – Chegámos ao pico dos tablets?

Em 2017, as vendas de tablets deverão ser inferiores a 165 milhões de unidades, um valor 10% abaixo dos 182 milhões de vendas em 2016, sugerindo que já passámos o pico da procura por estes equipamentos. Muito embora haja variações entre diferentes países,     nomeadamente no que respeita aos dispositivos de eleição para várias atividades, há três equipamentos que estão neste momento à frente dos tablets por uma margem considerável: as televisões, os smartphones e os computadores.

4 – Vinil com vendas previstas de milhares de milhões de dólares
O vinil deverá continuar a renascer de forma acentuada em 2017. As vendas no mercado de vinil e de equipamentos a ele associados deverão aproximar-se do milhar de milhões de dólares, pela primeira vez, este milénio. As novas receitas de vinil deverão apresentar um crescimento de dois dígitos pelo sétimo ano consecutivo, em 2017, contabilizando já 6% das receitas totais globais do mercado de música, um mercado que vale cerca de 15 mil milhões de dólares, em 2017. No entanto, o vinil não deverá nunca tornar-se no maior motor de crescimento ou de lucro nesta indústria, já que o futuro deste mercado está decididamente focado no digital.

5 – Última fronteira para a navegação digital está dentro de portas
A partir de 2022, pelo menos um quarto de todas as utilizações humanas ou computorizadas de navegação digital de precisão deverão ocorrer praticamente (ou totalmente) dentro de portas. Esse valor é apenas de 5% em 2017. Conseguir localizar pessoas e objetos dentro de um espaço será uma experiência transformadora e deverá beneficiar a maioria dos sectores verticais, assim como ter significativo impacto em governos, empresas e consumidores.

6 – 5G: uma revolução em desenvolvimento, mesmo em 2017

Em 2017, serão dados passos significativos e tangíveis quanto à implementação do 5G, a quinta geração de rede móvel. Os planos de desenvolvimento das redes 4G, assim como o desempenho das primeiras implementações limitadas de 5G, deverão dar a conhecer aos utilizadores e operadores algumas das mais importantes funcionalidades e vantagens das redes 5G, como sejam as velocidades significativamente superiores, a latência mais baixa e a capacidade para dispositivos e sensores IoT de baixa taxa de bits e reduzido consumo energético.

7 – Publicidade na TV mantém-se inalterada
Apesar de se esperar que a receita de publicidade televisiva nos Estados Unidos da América se mantenha inalterada face a 2016, o futuro da indústria, que foi já várias vezes declarada morta, mostra-se positivo. A despesa vai manter-se inalterada devido a vários fatores, incluindo a continuidade dos hábitos de consumo de TV, o facto de poucas pessoas optarem por “saltar” os anúncios televisivos, de os norte-americanos mais idosos estarem a consumir cada vez mais conteúdo televisivo e de as plataformas de “streaming” continuarem a não contar com o argumento do consumo de massas da TV, determinante para certos anunciantes. 

Solução para vinagres sem conservantes está nas películas à base de camarão ou de fungos

Herdade do Portocarro é o Produtor do Ano