A Shein aumentou as suas vendas em 60%, no último ano fiscal, atingindo um volume de negócios de 36,5 mil milhões de dólares, cerca de 34,06 mil milhões de euros, segundo estimativas do mercado citadas pelo jornal El Economista.
Com este valor, não só a Shein iguala praticamente a Inditex, que teve um volume de negócios de 35.947 milhões no último exercício, mais 10,4%, como, adianta a publicação espanhola, poderá ultrapassá-la em 2024, com vista ao seu próximo IPO.
Neste momento, a Shein já ultrapassou a sueca H&M e a japonesa Fast Retailing Group, dona da Uniqlo, que fecharam o ano passado na terceira e quarta posições do mercado, com vendas de 22.237 milhões e 18.855 milhões, respetivamente, no ano passado.
Líder na Europa
A Shein não vende nada na Ásia e o seu principal mercado global é o norte-americano, seguido pelo europeu. Segundo dados da consultora alemã ECDB, também citados pelo El Economista, as suas vendas líquidas na Europa subiram no ano passado para 8.200 milhões de euros, o que a coloca no topo neste mercado, à frente da Inditex e da H&M. A plataforma chinesa já é líder em Espanha, com uma quota de 11%.
Apesar da Shein não divulgar oficialmente os seus números, fontes consultadas pelo El Economista dizem que a empresa, fundada em 2008 por Chris Xu, atingiu um valor bruto de mercadoria (GMV) de 45 mil milhões de dólares (cerca de 42 mil milhões de euros), com um lucro dois mil milhões de dólares (cerca de 1.870 milhões de euros).
Já presente em 150 países e com uma força de trabalho de 11 mil trabalhadores em todo o mundo, a Shein tem sede nas Ilhas Caimão e centraliza todas as suas operações a partir de Singapura. O negócio europeu é gerido a partir de Dublin, na Irlanda, com dois centros logísticos na Polónia e em Itália.
Com um total de cinco mil fornecedores em todo o mundo, mais de mil deles já estão localizados fora do país asiático. Na Turquia, especificamente, já tem 600 para abastecer o mercado europeu e no Brasil, de onde distribui para todo o continente americano, mais 500.
A empresa explica que o sucesso do seu modelo se baseia na tecnologia digital patenteada da sua cadeia de abastecimento, que oferece dados em tempo real sobre a procura e os stocks, o que permite uma resposta ágil às mudanças no mercado e a picos de procura.
Startup mais bem-sucedida da década
A Shein é também a startup mais bem-sucedida da década, classificando-se entre as três primeiras em termos de avaliação, perceção pública, crescimento e número de funcionários. O Startup Success Index, dos especialistas em desenvolvimento de software Vention, analisou uma lista de 1.220 startups da CB Insights, em relação à sua avaliação, perceção pública da empresa através do volume de pesquisas, pontuação de crescimento e número de colaboradores. Os resultados de cada categoria foram convertidos numa pontuação geral de 100 para determinar o ranking. A Shein lidera a lista como a startup de maior sucesso da década, com uma pontuação de 87,12.
O estudo revela que a empresa de fast fashion ficou entre as três primeiras em todas as categorias. Tem um valor 66 mil milhões de dólares, o terceiro maior do estudo, e um volume médio de pesquisas mensais de 62 milhões globalmente. É pesquisada 277 vezes mais do que a ByteDance, a dona do TikTok, que ficou em segundo lugar na lista.