Com um contributo muito relevante para a estratégia económica nacional, o sector agroalimentar representa 5,2% do total de exportações do país, em valor, e gerou, em 2018, um volume de negócios de 18 mil milhões de euros, segundo dados do mais recente relatório de análise sectorial divulgado pela Iberinform.
O sector agroalimentar nacional é composto por 24.607 empresas, 70% das quais microempresas com uma média de três empregados e um volume médio de vendas de 128 mil euros. Embora o risco de incumprimento seja médio (5,4 numa escala de 0-10), a reduzida diferença entre empresas com um Score Médio (45%) e um Score Mínimo (41%) permite concluir que “o sector não apresenta grandes riscos de incumprimento”, destaca o relatório.
As empresas do sector agroalimentar apresentam um grau de compromisso financeiro considerado bom, com uma diminuição da dependência de capitais alheios para o exercício da sua atividade e uma autonomia financeira de 43%, indicador que traduz uma melhoria de 11 pontos percentuais face a 2017. “Embora as empresas não cubram todas as suas dívidas com capitais próprios, apresentam um rácio de solvabilidade de 75,26%, um aumento de 19% em relação a 2017”, refere o relatório da empresa de “business intelligence” do grupo Crédito y Caución.
Nos últimos três anos, o sector agroalimentar tem apresentado prazos médios de recebimento gradualmente inferiores aos de pagamento. Em 2018, o prazo médio de recebimento foi de 73 dias, um ganho de 32% face aos 107 dias praticados em 2017. O prazo médio de pagamento situou-se nos 78 dias, menos 37 que em 2017. “Além disso, verifica-se que há um favorável poder negocial tanto com clientes como com fornecedores”, sublinha o estudo.
O sector registou um aumento de 10% no número de insolvências até final de agosto, face ao mesmo período do ano passado. No entanto, o agroalimentar continua a cativar novos investimentos e, nos primeiros oito meses deste ano, foram constituídas 1.145 novas empresas, um aumento homólogo de 13%. Lisboa (13%), Porto (10%) e Beja (9%) são os distritos com maior número de empresas agroalimentares. Enquanto as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto agregam companhias dedicadas à indústria, os distritos de Beja e Évora são responsáveis pela componente agrícola.