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Durante o APED Retail Summit 2025, realizado esta quinta-feira, dia 7 de maio no SUD Lisboa, Nuno Luz, diretor geral da Fnac Ibéria, alertou para o impacto do crescimento das plataformas online extracomunitárias no sector do retalho europeu.
No painel intitulado “Retalho, Sustentabilidade e o Consumidor”, Nuno Luz destacou que muitas destas plataformas operam fora da União Europeia, vendendo no seu espaço sem cumprir as mesmas regras fiscais e regulatórias que os operadores locais. “Se existem regras, têm de ser cumpridas por todos os operadores que estão no território da União Europeia”, afirmou, referindo-se a plataformas como Temu, AliExpress ou Shein, cujos produtos entram frequentemente no mercado europeu sem pagamento de IVA ou taxas alfandegárias, devido a isenções aplicáveis a importações de valor inferior a 150 euros.
Nuno Luz sublinhou que esta situação representa não só uma concorrência desleal para os operadores que cumprem rigorosamente a legislação europeia, mas também um risco para a segurança dos consumidores. Além disso, apontou que o foco excessivo no preço, por parte dos consumidores, pode levar a escolhas menos sustentáveis, destacando a importância de considerar critérios como durabilidade e possibilidade de reparação dos produtos.
Derrubar mitos
No mesmo painel, Laia Andreu, diretora geral da IKEA Portugal, reforçou a necessidade de desmistificar a ideia de que as opções sustentáveis são financeiramente inacessíveis.
A gestora salientou que, embora os investimentos em sustentabilidade possam apenas ter retornos a longo prazo, os consumidores estão cada vez mais atentos às práticas sustentáveis das empresas, influenciando as suas decisões de compra.