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Regulamentação europeia de sustentabilidade impõe desafios às empresas

A Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (Corporate Sustainability Reporting Directive – CSRD) é uma lei da União Europeia que estabelece requisitos mais rigorosos para a elaboração de relatórios de sustentabilidade por parte das empresas. Todos os Estados-membros têm até 6 de julho de 2024 para implementar esta diretiva, que se aplica às grandes empresas, às empresas cotadas e às PME cotadas.

Atualmente, um dos principais objetivos das empresas é seguir os passos certos para alcançar um modelo de negócio sustentável. Neste momento, existem cada vez mais soluções tecnológicas que promovem e facilitam este objetivo, tornando-se aspetos quase obrigatórios para qualquer empresa que queira cumprir as suas normas ESG (sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa nas empresas).

“Tendo os objetivos de desenvolvimento sustentável sido adotados pelas Nações Unidas, já em 2015, a verdade é que cada vez mais os vários atores que se relacionam com o tecido empresarial português se encontram mais sensíveis e atentos ao impacto social e ambiental que as empresas têm no seu meio envolvente. Reveste-se, assim, de particular importância a capacidade das nossas empresas de disporem de soluções que lhes permitam medir esse impacto e definir planos de ação sobre as áreas onde podem, e devem, melhorar. É aqui que a tecnologia desempenha um papel fulcral”, afirma Tiago Duarte, partner da tecnológica Stratesys.

 

Tecnologia

Em conformidade com o quadro regulamentar europeu, espera-se que as empresas introduzam várias tecnologias nos próximos anos para ajudar a enfrentar os desafios da sustentabilidade. O objetivo é melhorar a eficiência energética, promover a economia circular e garantir a transparência e a responsabilidade nas operações empresariais.

Por este motivo, a consultora tecnológica Stratesys, um hub digital entre a América e a Europa, identifica algumas das principais tecnologias a ter em conta para alcançar um tecido empresarial mais sustentável.

A Internet das Coisas é um processo que permitirá às empresas recolher e analisar dados em tempo real, permitindo-lhes identificar oportunidades para melhorar a eficiência energética e, consequentemente, reduzir a sua pegada de carbono.

Também as funções da tecnologia Blockchain garantem a transparência e a responsabilidade nas suas cadeias de abastecimento, assegurando a rastreabilidade dos materiais e produtos desde a sua origem até ao seu destino final.

Já o papel da inteligência artificial será o de ajudar as empresas a identificar áreas de melhoria em termos de sustentabilidade, analisando uma grande quantidade de dados e identificando padrões.

 

Novas regras

De acordo com a Stratesys, com a nova diretiva entra em vigor um regulamento que impulsionará definitivamente a utilização das tecnologias da informação para responder às exigências estabelecidas. “O objetivo desta diretiva será uniformizar os relatórios de sustentabilidade e de responsabilidade corporativa das empresas, equiparando-os, em termos de importância, aos tradicionais relatórios financeiros”.

Além disso, vai exigir que as empresas apresentem relatórios sobre questões de sustentabilidade, incluindo informações sobre o impacto social e ambiental das suas atividades e a forma como estão a enfrentar esses desafios.

Esta informação deve ser comunicada digitalmente através do ESAP (European Single Access Point), um portal de transparência que servirá como ponto único de acesso à informação financeira e não financeira sobre as empresas da União Europeia. Note-se que, para garantir a comparação homogénea dos novos relatórios de sustentabilidade das empresas, está a ser desenvolvida uma norma comum de comunicação de informações denominada ESRS (European Sustainability Reporting Standards).

Desta forma, para cumprir as futuras regulamentações e evitar sanções, as empresas devem começar desde já a dispor de um repositório único onde sejam armazenados todos os dados (financeiros e não financeiros) que devem ser comunicados digitalmente. Além disso, devem garantir a veracidade dos processos de recolha desta informação.

“Esta informação a reportar significa também que, indiretamente, alguns aspetos, como o processo de cálculo da pegada de carbono organizacional nos três âmbitos ou o cálculo dos indicadores da taxonomia, devem ser digitalizados através de soluções informáticas que facilitem não só a captura da informação necessária, mas também o cálculo automático de todos estes valores e indicadores”, explica Mario Izquierdo, diretor do Centro ESG & Desenvolvimento Sustentável da Stratesys.

 

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