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Os consumidores portugueses estão a recorrer cada vez mais a opções de pagamentos fracionados, conclui uma análise do comparador de preços KuantoKusta e da “fintech” de pagamentos FLOA, que revela um aumento de 115% nas encomendas pagas com pagamentos fracionados no KuantoKusta, entre o primeiro e o terceiro trimestres do ano.
Segundo este estudo ao comportamento dos consumidores portugueses, que analisou o número de encomendas e montantes pagos através da modalidade de pagamentos fracionados, é nas áreas de tecnologia (smartphones, informática, “gaming”, entre outros) que se verifica uma maior prevalência desta forma de pagamento.
Entre julho e setembro, nas categorias de tecnologia, por cada 100 euros em compras, 36 euros foram pagos através de pagamentos em prestações, enquanto na área de “lifestyle”, a título de exemplo, esse valor desceu para apenas 8,10 euros em pagamentos fracionados por cada 100 euros em compras.
É também na área tecnológica que o KuantoKusta encontra os produtos onde os consumidores mais recorrem a esta modalidade: nas consolas de videojogos, por cada 100 euros de compras, 89,94 euros são pagos através de pagamentos fracionados.
Mudança de hábitos
André Duarte, diretor comercial do KuantoKusta, esclarece que a preferência por pagamentos fracionados varia significativamente entre as categorias de produtos, diferença esta justificada pela tipologia dos artigos e pelo seu valor final, reconhecendo ainda a conjuntura económica atual como um dos principais motivos para esta mudança de hábitos.
“Há cada vez mais consumidores a aderirem a modalidades de pagamento fracionados e financiamentos mais flexíveis que não têm custos adicionais. A incerteza económica está a levar as famílias a esticar os seus orçamentos e a fazer uma gestão mais controlada dos seus gastos e, neste contexto, os pagamentos fracionados oferecem uma solução atraente e que permite que os consumidores desfrutem de produtos de maior valor, como telemóveis e consolas de videojogos, de maneira mais acessível. Além disso, a comodidade desse método de pagamento, sem custos adicionais, e o aumento dos comerciantes e plataformas que o disponibilizam tornam-o uma escolha óbvia para os consumidores que desejam flexibilidade e conveniência”, explica André Duarte.
Para o responsável do comparador de preços, os dados recolhidos pelo KuantoKusta e pela FLOA confirmam a tendência de mudança na mentalidade dos consumidores, o que, para comerciantes e lojistas, se traduz em novas oportunidades para combater o clima económico menos favorável ao consumo.
Aumento de 22% na utilização de BNPL na Europa
Alinhado com esta tendência, o mercado europeu de Buy Now, Pay Later (BNPL) está em pleno crescimento. De acordo com o estudo FLOA x Kantar, atualmente, 43% dos europeus já utilizou o BNPL como forma de pagamento e, este ano, já se verificou um aumento de 22% no número de utilizadores de BNPL na Europa, em comparação com o ano passado.
“Sabemos que, em Portugal, para 74%, ‘lidar com imprevistos’ é, de longe, a primeira razão para a utilização de diferentes métodos de pagamento, por isso, sete em cada 10 pessoas estão dispostas a mudar de comerciante se os meios de pagamentos flexíveis não estiverem disponíveis no momento da compra. Essa é uma tendência que está em crescimento e que deve ser tida em conta pelos comerciantes e pelas marcas, de forma a acompanharem a evolução do mercado e dos hábitos dos consumidores”, alerta Alexandre Carrera Lejeune, Country Manager da FLOA em Portugal.
Categorias TECH (Variação 1.º trimestre versus 3.º trimestre de 2023)
- Gaming: 65,86 euros em cada 100 euros (+101,72%)
- Smartphones e acessórios: 46,08 euros em cada 100 euros (+26,35%)
- Informática: 37,54 euros em cada 100 euros (+81,44%)
- Imagem e som: 34,82 euros em cada 100 euros (+81,64%)
Categorias “lifestyle” (Variação 1.º trimestre versus 3.º trimestre de 2023)
- Puericultura e brinquedos: 17,37 euros em cada 100 euros (+82,46%)
- Passeio: 34,35 euros em cada 100 euros (+109,99%)
- Desporto: 54,95 euros em cada 100 euros (+388,44%)
- Casa e decoração: 21,26 euros em cada 100 euros (+200,28%)