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Que futuro para o super na era do e-commerce?

Foto Shutterstock

Um estudo da IRI sobre o e-commerce deixa no ar algumas dúvidas quanto ao futuro dos supermercados. Apesar de mostrar que estas lojas continuarão a ser um destino importante, revela que o panorama da alimentação tradicional está a mudar rapidamente. As startups e os grandes operadores podem eliminar os retalhistas da concorrência para liderar a fidelização as ofertas personalizadas e a repetição de compra.

O estudo “E-commerce no grande consumo” revela também oito grandes tendências no comércio eletrónico de produtos de grande consumo, entre as quais se inclui a compra com apenas um clique ou a partir de um equipamento doméstico inteligente e o poder do geomarketing.

Apesar da quota de mercado do online no grande consumo ser ainda escassa, comparada com outros sectores, as vendas estão a disparar na Europa, com crescimentos de dois dígitos em Itália (42%) e Espanha (29%) e um comportamento dinâmico em França e na Alemanha. Concretamente, a venda de alimentos e de produtos de cuidados pessoais está a atingir resultados satisfatórios, com perspetivas de um crescimento de 54% nos próximos cinco anos.

O estudo indica que o mercado de grande consumo tem maturidade suficiente para uma disrupção online, à medida que se formam novas alianças e emergem novas oportunidades de distribuição. “O panorama tradicional da alimentação está a ser alterado, com os influentes operadores online a reinventar a experiência de compra, ao mesmo tempo que os especialistas mais pequenos oferecem um atendimento mais personalizado”, assegura Antonio Khalaf, diretor comercial da IRI. A consultora acredita que existem grandes oportunidades de crescimento nos retalhistas e marcas de grande consumo, se estes souberem explorar a informação para cobrir as necessidades dos compradores atuais, que são mais jovens, esperam uma experiência online mais simples, um bom preço, capacidade de escolha do produto e disponibilidade.

 

As 8 tendências chave

No estudo, a IRI destaca oito tendências que permitem identificar as oportunidades no e-commerce de grande consumo.

A gestão do Big Data facilita uma compreensão detalhada dos processos de compra individuais e dos hábitos de compra, levando a recomendações personalizadas, maior conveniência e fidelização.

Por outro lado, o geomarketing afeta os consumidores “on the go” ou ajuda a impulsionar as suas compras online. As promoções incentivam a entrada de clientes na loja ou impulsionam o gasto online.

A patente de compra com apenas um clique da Amazon expirou em 2017, pelo que os retalhistas online estão à procura de processos de compra mais curtos, adaptando-se assim às necessidades dos consumidores.

Além disso, mais de metade dos compradores britânicos preferem usar apps dos distribuidores em vez da Web.

O estudo destaca ainda as recompensas dirigidas a um grupo específico, que podem ser instantaneamente trocadas, e que reforçam a busca dos retalhistas de fidelização e ganho de quota no gasto total.

Nota ainda para os assistentes de voz mediante dispositivos inteligentes para o lar, que proporcionam uma maior comodidade aos compradores. A integração de novas plataformas será essencial para assegurar uma experiência omnicanal sem problemas.

Versatilidade, velocidade e comodidade são prioridades dos retalhistas, que cultivam a capacidade de mudar entre “click and collect” e a entrega ao domicílio em menos tempo.

Finalmente, a entrega direta ao consumidor marcou o arranque de marcas de grande consumo de rápido crescimento. As startups e os grandes operadores podem, em parte, eliminar os retalhistas da concorrência.

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FAO

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