Especialista na implementação e gestão de estratégias promocionais, a Sogec acredita que programas de fidelização e ativações promocionais vão ser críticos para o futuro das marcas. Com a tecnologia a aproximar, cada vez mais, empresas e consumidores, a multinacional, com presença em sete países europeus, cria soluções de fidelização e outras mecânicas promocionais. Nomeadamente, a gamificação para campanhas, de forma a melhorar o engagement dos consumidores, e promoções digitais, como passatempos e cashbacks sendo, esta última, segundo Rui Gávea, Head of Business da Sogec em Portugal, “uma das melhores soluções para gerar a experimentação e, na maioria dos casos, a experimentação é feita no habitat de consumo, o que é um plus para a marca”.
Grande Consumo – Estudos recentes dão conta de que os programas de fidelização digitais continuam a crescer, podendo evoluir 33% até 2026 segundo a Juniper Research. A crescente introdução de tecnologia no nosso quotidiano e hábitos de consumo potencia a utilização e as respectivas possibilidades de introdução de programas de fidelização e outros tipos de activações de marca ou promocionais?
Rui Gávea – A tecnologia criou a oportunidade das marcas se aproximarem e falarem diretamente com os seus consumidores. Hoje mais do que nunca, é importante conhecer os nossos consumidores e perceber o que poderá fazer mais sentido, quer em termos de produto, quer em termos de comunicação. Hoje, conseguimos criar soluções de fidelização e outras mecânicas promocionais que acontecem devido a essa tecnologia. Temos programas de fidelização e outras mecânicas que permitem uma resposta imediata. É possível, por exemplo, entregar uma oferta digital de imediato, aumentando a experiência do consumidor.
GC – Que tipo de programas e soluções disponibiliza a Sogec?
RG – A Sogec disponibiliza diversas soluções que se podem aplicar tanto numa lógica B2C como B2B. Estamos a falar de soluções de fidelização, mecânicas de gamificação (temos mais de 40 mecânicas de jogos), experimentação (Prove Grátis), colecionismo, Whatsapp. Para além das soluções, temos a capacidade de gerir todas as campanhas, incluindo reembolsos e prémios.
Trabalhamos também, de forma muito consistente, a área de programas de incentivos, área esta, onde somos bastante fortes.
GC – Em que se diferencia a vossa empresa e respectiva oferta de outras empresas existentes no mercado?
RG – O facto de pertencermos a um grupo internacional permite-nos não só, usufruir constantemente de novos desenvolvimentos tecnológicos e criativos como também nos permite implementar para uma mesma marca, campanhas em diferentes países. Para além disto, temos uma capacidade técnica e logística que nos possibilita desenvolver as mais diversas soluções. Estando também em Portugal, num grupo com diferentes business units, integramos na nossa oferta outro tipo de serviços, como serviços de ativação de marca, logística, implementação em ponto de venda, etc. Podemos oferecer um serviço chave na mão em diversas áreas.
GC – De todos os vossos programas promocionais/ativação quais são os mais solicitados pelos operadores nacionais? Sejam eles indústria ou retalho?
RG – Temos duas grandes áreas – FMCG e Retalho. Falando de marcas FMCG, existe uma elevada procura por lógicas de gamificação e de experimentação. Se por um lado existe uma necessidade de dar a experimentar o produto, por outro, existe a necessidade de impactar os consumidores de uma forma diferente. E neste ponto a gamificação surge, practicamente, de forma natural.
Na parte do retalho, a lógica de incentivos e fidelização é uma necessidade. Programas de incentivos, sejam direcionados a equipas internas ou clientes têm um potencial muito grande, de alavancar vendas. E as marcas não podem descurar essa parte.
GC – O facto de terem surgido, sobretudo durante a pandemia, alguns retalhistas ou plataformas de delivery digitais alargou o leque de possibilidades de ativação/campanhas para as marcas?
RG – Sim, sem dúvida. Sempre que se alargam os canais de vendas da marca, cria-se um leque maior de oportunidade de contacto com o cliente e subsequente necessidade de gestão dessa nova relação. Os consumidores ganharam bastante, a nível de oferta de serviços e de produtos que existiam até então e este facto, requer por parte das marcas uma maior atenção, pois a janela de oportunidades para a fidelização destes clientes é enorme.
GC – O cashback ainda é uma ferramenta eficaz de promoção?
RG – Eu diria que é cada vez mais, é aliás, uma das melhores soluções para gerar a experimentação e na maioria dos casos, a experimentação é feita no habitat de consumo, o que é um plus para a marca! A comunicação deste tipo de acção é bastante simples, assim como a mecânica de participação. O consumidor só tem de aceder a uma plataforma e inserir alguns dados e talão de compra. É simples e rápido! Por outro lado, na perspectiva das marcas é uma acção que permite a definição de um budget à priori e por isso há uma total capacidade de gestão do investimento.
GC – A gamificação veio abrir outras possibilidades de interagir/comunicar/activar marcas e campanhas?
RG – Claramente. A gamificação permitiu que as marcas transformem os seus consumidores, em jogadores, da marca. De uma forma lúdica, os consumidores são desafiados a interagir com a marca, permitindo criar uma ativação extremamente dinâmica e divertida! Em geral, os portugueses gostam não só de desafios como de jogos e por isso, a gamificação permite que haja um engagement muito mais forte com os seus clientes através do jogo! Depois, há todo um leque de possibilidades, podemos criar jogos de forma isolada ou podemos inclusive, inserir jogos num programa de incentivos, o que vai aumentar a atratividade da campanha e a ligação do consumidor à mesma!
GC – Que outras tendências estão ou poderão surgir nesta área de negócio?
RG – A necessidade de criar relações diretas e as novas plataformas digitais vão seguramente criar novas oportunidades de contacto das marcas com os seus consumidores. Programas de fidelização e ativações promocionais serão críticas nos próximos tempos para as marcas, principalmente numa época de crise que potencia sempre o aumento de quota das marcas da distribuição.