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Portugueses sentem menos dificuldades financeiras em 2024, mas maioria continua pressionada

Barómetro DECO PROteste revela que 69% dos inquiridos ainda enfrenta desafios para pagar contas

Foto Shutterstock

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Os portugueses sentiram um ligeiro alívio financeiro em 2024, com uma redução das dificuldades económicas em comparação com o ano anterior. Este é um dos principais resultados do “Barómetro DECO PROteste 2024”, um estudo anual que avalia a saúde financeira das famílias portuguesas.

Apesar desta melhoria, 69% dos inquiridos continua a afirmar ter dificuldades para pagar as contas e 11% vive uma situação de sufoco financeiro. Estes resultados surgem numa altura em que se celebra o Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, assinalado a 15 de março.

A recuperação económica registada deve-se, em parte, à descida das taxas de juro e à redução dos preços dos transportes, dois fatores que ajudaram a aliviar o peso das despesas mensais. No entanto, o estudo revela que os encargos com a habitação continuam a ser o principal obstáculo financeiro para muitas famílias.

Portugal ainda longe dos parceiros europeus

Nos sete anos de realização do barómetro, Portugal nunca tinha registado um índice tão elevado de desafogo financeiro, com exceção de 2020, ano marcado pela pandemia.

No entanto, apesar desta ligeira recuperação, Portugal continua a apresentar um dos índices mais baixos entre os países analisados pela DECO PROteste.

Estes dados evidenciam a necessidade de medidas concretas para melhorar a situação financeira das famílias portuguesas e aproximar os níveis de bem-estar económico do país aos dos seus parceiros europeus. Além disso, para 2025, os portugueses antecipam um novo declínio do seu poder económico, o que levanta preocupações sobre a sustentabilidade desta recuperação.

 

Disparidades regionais: Beja é o distrito mais desafogado

O barómetro identifica grandes disparidades regionais na situação financeira das famílias. O Centro do país e a Madeira surgem como as regiões onde se registam maiores dificuldades económicas. Por outro lado, Beja destaca-se como o distrito com maior desafogo financeiro, refletindo um melhor equilíbrio entre rendimentos e despesas nesta zona do país.

Estas diferenças reforçam a necessidade de políticas públicas regionais que atendam às especificidades de cada localidade e garantam um maior equilíbrio na distribuição da riqueza.

 

Poupança continua a ser um desafio

A poupança, um indicador essencial da saúde financeira das famílias, continua a ser um problema para grande parte da população portuguesa. 67% dos inquiridos afirma que poupar é impossível ou muito difícil, um valor que se mantém elevado face a anos anteriores.

Apenas 20% dos portugueses está otimistas e acredita que a sua situação financeira pode melhorar em 2025. Este cenário reflete a necessidade de medidas mais eficazes para incentivar a poupança e reforçar a educação financeira, garantindo que os consumidores consigam gerir melhor os seus rendimentos e criar uma rede de segurança para o futuro.

 

Necessidade de medidas urgentes para os consumidores

A DECO PROteste alerta para a importância de garantir que todos os consumidores, independentemente da sua situação socioeconómica, tenham acesso a bens e serviços essenciais a preços justos e acessíveis.

Os resultados do barómetro reforçam a urgência de implementar políticas que protejam os consumidores mais vulneráveis, promovendo a justiça social e a igualdade de oportunidades.

Entre as possíveis soluções, destacam-se medidas para controlar o custo da habitação, especialmente no arrendamento e nos créditos à habitação; políticas que incentivem o acesso a serviços essenciais (energia, água, telecomunicações) a preços mais competitivos; e maior investimento na educação financeira, para ajudar os consumidores a gerir melhor o seu orçamento e evitar situações de endividamento excessivo.

 

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Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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