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Portugal com maior queda de confiança mundial em abril

Foto Shutterstock

No meio da pandemia global Covid-19, a confiança entre CEOs e CMOs, a nível global, tem vindo a diminuir desde novembro, com uma queda de 9,5%, para um resultado de 18.03 no Worldcom Confidence Index.

A análise, efetuada durante o mês de abril aos conteúdos online de mais de 54 mil diretores gerais e diretores de marketing, desvendou dados relacionados com a crise da Covid-19. A maior quebra de confiança, a nível global, sucedeu em Portugal (redução de 9%), enquanto os Estados Unidos viram o maior crescimento (25%), passando da 14.ª posição para a liderança do Worldcom Conficence Index.

O impacto da crise Covid-19 é fácil de perceber nos resultados do Worldcom Conficence Index no mês de abril. Isto vê-se pelo enorme volume de conteúdos partilhados e debatidos sobre tópicos ligados a esta crise, que, sem dúvida, contribuiu para o declínio da confiança em 19 dos 24 temas do estudo”, refere Roger Hurni, chairman do The Worldcom Public Relations Group, representado em Portugal pela Do It On. “É interessante ver como os líderes portugueses estão receosos e com uma negatividade elevada quanto ao futuro. Facilmente conseguimos alinhar estes dados com os dados pandémicos e pela ansiedade e alguma imprevisibilidade natural de um mercado satélite como é o português, o qual depende muito da forma como reagem os seus mercados externos preferenciais”, reforça, ainda, Fernando Batista, diretor executivo da Do It On.

Líderes menos confiantes no Estado

Enquanto os governos em todo o mundo têm procurado dar respostas unívocas sem precedentes à atual crise, os líderes empresariais estão menos confiantes no que diz respeito à gestão governamental e às mudanças legislativas. Este é um tópico que se encontra no fundo da tabela do Worldcom Confidence Index.

Os líderes empresariais norte-americanos mostram-se particularmente preocupados neste ponto, ocupando a terceira posição do fundo da tabela da confiança.

A gestão de crise também teve um forte impacto na confiança, alcançando o quinto posto mais baixo no relatório. “O ritmo das mudanças governamentais e legislativas causadas pela crise tem um grande impacto na confiança”, afirma Roger Hurni. “Os líderes estão menos confiantes na capacidade dos governos lidarem com todo este cenário, levando a não ter confiança nas suas próprias capacidades de gestão desta crise, a qual se encontra no top 5 das suas preocupações”.

Respostas à pandemia

Os grandes responsáveis pelo aumento de interações nestes tópicos relacionam-se com respostas à pandemia Covid-19: mudanças governativas e legislativas aumentaram 1.280%, acordos de trocas globais e tarifas aumentaram 779% e gestão de crise aumentou 472%. A confiança em lidar com alguns destes tópicos é baixa em alguns países, de que são exemplo os Estados Unidos da América, com a quarta pontuação mais baixa no tópico relativo aos acordos de trocas globais e tarifas.

A interação com tópicos relacionados com o impacto da forma como os líderes políticos comunicam nas redes socias aumentou também em 419%. França viu o maior aumento de confiança no que diz respeito a este tópico (9%). Por outro lado, a Austrália registou a maior queda (14%). Os Estados Unidos caíram 2%, encontrando-se, assim, abaixo da média de pontuação confiança global.

 

Plásticos e o efeito Weinsten são temas atípicos

Embora muitos dos resultados possam ser diretamente relacionados com a crise da Covid-19, existem elementos que aparecem contra esta tendência, mostrando que os líderes continuam a partilhar o seu foco também com outros assuntos.

O tópico sobre assédio sexual aumentou massivamente em 451% e a confiança em lidar com esta questão foi o segundo valor mais baixo do índice.

Reduzir plásticos e outros assuntos relacionados com sustentabilidade foram um novo tópico. Os líderes parecem bastante confiantes no que respeita este último, ocupando a terceira pontuação mais elevada de todo o Índice. “Apesar da natureza absorvente da crise da Covid-19, não é este o único tópico no qual se interessam os diretores executivos”, reforça Roger Hurni. “O efeito Weinstein e o foco global no plástico significam que o assédio sexual e a sustentabilidade têm vindo a adquirir maior atenção. É um lembrete oportuno para que todos os líderes não se esqueçam de outros assuntos que podem igualmente moldar o seu futuro assim que a pandemia Covid-19 tiver passado”.

Omnicom

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