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P&G fecha 2025 com vendas de 84,3 mil milhões de dólares

Prevê novo ano de expansão moderada em 2026

P&G
Foto Shutterstock

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A Procter & Gamble (P&G) encerrou o exercício fiscal de 2025 com um desempenho sólido, apesar do contexto global instável. As vendas líquidas totalizaram 84,3 mil milhões de dólares (cerca de 77,6 mil milhões de euros), valor idêntico ao registado no ano anterior.

O crescimento dos preços, que contribuiu com um aumento de 1%, foi totalmente compensado pelo impacto negativo das flutuações cambiais, também de 1%.

As vendas orgânicas — que excluem os efeitos de câmbio, aquisições e desinvestimentos — cresceram 2%, refletindo a combinação de preços mais elevados e um ligeiro aumento no volume de vendas. A composição do portefólio (mix de produtos) manteve-se estável face ao ano anterior.

O lucro por ação (EPS) diluído aumentou 8%, situando-se nos 6,51 dólares (cerca de 5,99 euros), impulsionado principalmente pela redução dos custos operacionais e pela ausência de imparidades significativas, como a registada no ano anterior no negócio da Gillette.

O EPS ajustado (core EPS) cresceu 4%, atingindo 6,83 dólares (aproximadamente 6,28 euros). A produtividade do fluxo de caixa livre ajustado foi de 87%, com a empresa a devolver mais de 16 mil milhões de dólares (cerca de 14,7 mil milhões de euros) aos acionistas, através de dividendos e programas de recompra de ações.

 

Resultados do 4.º trimestre

Entre abril e junho de 2025, a P&G registou vendas líquidas de 20,9 mil milhões de dólares (cerca de 19,2 mil milhões de euros), um crescimento de 2% face ao mesmo período do ano anterior. As vendas orgânicas também subiram 2%, impulsionadas pelo preço e pelo mix de produtos, enquanto o volume se manteve estável.

O lucro por ação (EPS) diluído foi de 1,48 dólares (cerca de 1,36 euros), um aumento de 17%, refletindo uma base comparativa favorável. O EPS ajustado cresceu 6%. O fluxo de caixa operacional ascendeu a 5 mil milhões de dólares (cerca de 4,6 mil milhões de euros), com uma produtividade do fluxo de caixa livre de 110%.

 

Desempenho por segmento

Apesar de um crescimento orgânico positivo em todos os segmentos, o desempenho variou entre regiões e categorias. A beleza cresceu 1%. O cuidado com o cabelo manteve-se estável, com os bons resultados na América Latina e Europa a compensarem as quebras na América do Norte e na China. O cuidado com a pele também não registou variações globais, com os crescimentos na China anulados pelas quedas nos Estados Unidos.

No grooming (1%), o crescimento foi impulsionado por aumentos de preço e inovação, embora o volume de vendas em aparelhos tenha recuado.

Por sua vez, nos cuidados de saúde (2%), o cuidado oral registou crescimento com produtos premium. Os cuidados pessoais beneficiaram da subida dos preços, mas enfrentaram menor procura devido à baixa incidência de constipações.

Já a lavandaria e casa (1%) cresceu nos Estados Unidos e Europa, com destaque para a inovação na categoria de lavandaria. O segmento Home Care também registou um ligeiro aumento.

Finalmente, na categoria de bebé, feminino e familiar (1%), os segmentos feminino e familiar cresceram com apoio de preço e volume, enquanto o segmento de bebé teve uma ligeira queda, penalizado pela menor procura na América do Norte.

 

Reestruturação de portefólio

Durante o exercício fiscal de 2024, a P&G iniciou uma reestruturação limitada do seu portefólio nalguns mercados emergentes, nomeadamente na Argentina e na Nigéria, em resposta às condições macroeconómicas e fiscais adversas.

Esta iniciativa culminou, no primeiro trimestre do exercício de 2025 (julho a setembro de 2024), com a liquidação substancial das operações na Argentina, resultando em encargos de reestruturação adicionais no valor de 800 milhões de dólares (cerca de 736 milhões de euros) após impostos, principalmente associados a perdas cambiais acumuladas não monetárias.

 

Perspetivas para 2026

Para o exercício de 2026, a P&G adota uma perspetiva cautelosa, refletindo tanto as condições económicas globais como os ajustamentos internos.

A empresa projeta um crescimento das vendas totais entre 1% e 5%, incluindo um efeito positivo de cerca de 1% relacionado com câmbio e ajustamentos de portefólio (aquisições e desinvestimentos). O crescimento orgânico previsto situa-se entre 0% e 4%, já considerando o impacto negativo estimado entre 30 e 50 pontos base devido à descontinuação de marcas e formatos menos relevantes.

Apesar destas projeções otimistas, a empresa antecipa um impacto negativo total de cerca de 0,39 dólares por ação (cerca de 0,36 euros), originado por vários fatores, nomeadamente, o aumento dos custos com matérias-primas e tarifas, num total de mil milhões de dólares (cerca de 920 milhões de euros) antes de impostos, e 800 milhões de dólares (cerca de 736 milhões de euros) após impostos; e a maior despesa líquida com juros e subida da taxa de imposto efetiva, prevista entre 20% e 21%, o que representa um acréscimo de cerca de um ponto percentual face ao exercício anterior.

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Por Bárbara Sousa

I am a journalist and news editor with eight years of experience in
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