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O mercado de bens de grande consumo (FMCG), em Portugal, acelerou em abril, registando um crescimento de 8% em valor face ao mesmo período do ano anterior. Segundo o mais recente relatório Scantrends da NielsenIQ, relativo à quadrissemana 13 a 16 (24 de março a 20 de abril), este desempenho representa uma recuperação face aos dois períodos anteriores, que tinham registado crescimentos mais modestos: 4,2% e 4,4%, respetivamente.
A força da campanha da Páscoa e a atividade promocional nas categorias sazonais ajudaram a impulsionar o consumo, em particular no segmento alimentar, que foi o motor do desempenho global do mercado.
Alimentação em alta
A categoria de alimentação registou um expressivo crescimento de 11,4%, com ambos os tipos de marcas a contribuírem para o impulso: as arcas de fabricante cresceram 12,2% e as marcas próprias subiram 10,8%.
Este desempenho foi especialmente influenciado pelas vendas sazonais da Páscoa, como confirmam os ganhos em importância de categorias como chocolates, queijo de prato, marisco congelado e vinho do Douro.
Bebidas crescem de forma moderada
A categoria de bebidas, por sua vez, apresentou um crescimento mais contido de 2,9%, com estabilidade entre as marcas de fabricante (3%) e as marcas próprias (2,5%).
Apesar de moderado, este crescimento reflete a continuidade do consumo fora das categorias sazonais, com destaque para as cervejas brancas com álcool, que ganharam peso na semana da Páscoa.
Higiene do lar e pessoal em retração
Já as categorias não alimentares registaram as primeiras quebras em quase um ano. A higiene do lar caiu 0,6% e a higiene pessoal recuou1,6%. Esta descida quebra uma tendência de crescimento contínuo que vinha desde a quadrissemana 25 a 28 de 2024.
Nestas categorias, as marcas de fabricante registaram os maiores recuos: -0,7% em higiene do lar e -3,6% em higiene pessoal. Já as marcas próprias mostraram resiliência: -0,4% e 1,2%, respetivamente.
Marcas próprias reforçam liderança
Estas marcas (marcas próprias e primeiros preços) continuam a conquistar quota, com um crescimento total de 8,5% face ao mesmo período de 2024. As marcas de fabricante, embora tenham tido um desempenho sólido (7,6%), mantêm-se abaixo do crescimento das de distribuição na maioria das categorias analisadas.
Em termos de quota de mercado, na alimentação, as marcas próprias representam 54,9% das vendas em valor, nas bebidas, atingem os 43,7% e nos produtos de higiene (lar e pessoal), chegam aos 48,8%
Entre os canais de venda, os supermercados grandes registaram o maior crescimento na quadrissemana (11,4%), seguidos dos hipermercados (6,6%). Já os livre-serviços inverteram a tendência negativa dos últimos dois períodos e cresceram 1,3%.
Páscoa redefiniu o top de categorias
Na semana da Páscoa (semana 16), os chocolates tornaram-se a categoria número um em valor de vendas, ultrapassando as habituais líderes do ano. Também ganharam peso os ovos, o bacalhau congelado, os bolos familiares e os auxiliares de sobremesa, revelando o forte apelo emocional e promocional da quadra festiva.