As ações da Nestlé atingiram valores recorde, quando o conhecido gestor e investidor Dan Loeb, através do seu “hedge fund” Third Point, fez a maior aposta numa empresa cotada ao comprar 1,25% da multinacional suíça por 3.100 milhões de euros. Os títulos dispararam 4% para os 85,20 francos suíços.
O multimilionário é reconhecido por investir em empresas que acredita estarem desvalorizadas devido a uma má gestão ou por agitar as águas para aumentar a sua valorização. Ficou conhecido por ter sido o cérebro da campanha contra a direção do Yahoo, em 2012, que acabou com a saída do seu CEO e a reorganização dos ativos financeiros com resultados favoráveis para os acionistas.
Margens a incrementar
Relativamente à Nestlé, o gestor considera que deve melhorar as suas margens, melhorar nas operações principais e vender ativos não estratégicos, como a participação de 23% na L’Oréal. “Não é habitual encontrar um negócio com a qualidade da Nestlé com tantas possibilidades de melhoria”, assinalou numa carta aos investidores.
O fundo norte-americano acredita que a Nestlé ficou para trás na última década e que, apesar da concorrência se estar a adaptar à evolução nos hábitos de consumo e ao aumento da concorrência das marcas mais pequenas e locais, a multinacional suíça estagnou nos velhos métodos. “Enquanto a Nestlé nada fazia, os seus concorrentes procuraram agressivamente aumentar a produtividade e gerar valor para os acionistas num mundo de menor crescimento das vendas”.
Contratação
A Third Point já contratou Jan Bennik, antigo CEO da Royal Numico NV, para ajudar a formular um plano para a Nestlé, já que a sua estratégia de venda de ativos e redução de custos quando liderou o grupo de nutrição infantil resultou num relevante aumento das vendas e expansão das suas margens, antes da sua venda à Danone.
