O grupo francês Carrefour e a Coopérative U anunciaram a criação da Concordis, uma nova central de compras europeia que visa reforçar a competitividade no retalho alimentar, através da consolidação de volumes de negociação com grandes fornecedores internacionais.
A nova entidade terá sede em Bruxelas, entrará em vigor nas negociações de 2026 e terá uma duração inicial de seis anos, com a possibilidade de integração de outros parceiros europeus.
Aliança estratégica
Esta aliança estratégica surge num contexto de forte concentração industrial e pressão sobre as margens do sector, procurando responder aos desafios colocados pelo poder crescente das multinacionais de bens de grande consumo e das plataformas digitais globais. Através da Concordis, o Carrefour e a Coopérative U, que representam em conjunto cerca de 34% do mercado francês, pretendem aumentar o poder negocial, otimizar as condições comerciais e oferecer propostas de valor mais competitivas aos consumidores.
Além das negociações com os fornecedores, a Concordis abre caminho para colaborações adicionais entre os dois grupos, nomeadamente no desenvolvimento conjunto de marcas próprias, realização de leilões comuns, troca de know-how em categorias não alimentares como o têxtil e sinergias no ecossistema de retail media, através do Unlimitail – a joint venture entre o Carrefour e a Publicis.
Concorrência
A nova aliança compromete-se a operar segundo princípios de transparência e equilíbrio, respeitando os valores cooperativos e o bom funcionamento da cadeia de fornecimento agroalimentar. A notificação à Autoridade da Concorrência francesa está prevista para o final de julho, sendo a estrutura da Concordis construída de forma a respeitar plenamente a regulamentação europeia da concorrência.
Segundo Alexandre Bompard, CEO do Carrefour, a Concordis “é uma plataforma aberta, pensada desde o início para acolher mais parceiros europeus”, com o objetivo de “reforçar a competitividade em benefício dos clientes”. Já Dominique Schelcher, presidente da Coopérative U, destaca que esta aliança representa “uma resposta estrutural aos desafios do mercado francês” e está alinhada com a estratégia CAP 15, que ambiciona alcançar uma quota de 15% até 2030.
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