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NIQ: Crescimento de marcas próprias e de fabricante exige nova abordagem colaborativa

Foto Shutterstock

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Mais de metade (53%) dos consumidores, a nível global, está a comprar cada vez mais produtos de marca própria, mas simultaneamente as 10 maiores marcas globais também registaram um novo impulso nas vendas em 2024, sinalizando que retalhistas e fabricantes continuarão a competir pela atenção dos consumidores nas prateleiras dos supermercados.

Assim avança a NielsenIQ (NIQ) no relatório “Finding Harmony on the Shelf: 2025 Global Outlook on Private Label & Branded Products”, uma nova análise sobre a evolução das atitudes dos consumidores em relação às marcas próprias e de fabricante, os fatores que impulsionam estas tendências a nível global e regional e insights que retalhistas e fabricantes de bens de consumo devem considerar para alcançar estrategicamente os consumidores num ambiente macroeconómico em rápida mutação.

“Os consumidores estão constantemente a mudar os seus hábitos de compra para se adaptarem às condições atuais do mercado. O nosso relatório destaca a necessidade crítica de colaboração entre fabricantes e retalhistas para impulsionar a próxima vaga de crescimento no sector e captar eficazmente a atenção dos consumidores”, afirma Marta Cyhan-Bowles, diretora de comunicação da NIQ. “Ao encontrar formas criativas de trabalharem em conjunto, ambas as partes podem capitalizar estas tendências para desbloquear novas oportunidades e reforçar a sua presença no mercado.”

 

Principais tendências

A perceção dos consumidores em relação às marcas próprias e à sua qualidade melhorou significativamente, enquanto as marcas globais continuam a apresentar um bom desempenho. As principais tendências identificadas incluem uma mudança na perceção de valor, a procura crescente, a estabilização das marcas próprias, a premiumização e a abertura à experimentação.

De facto, o estigma em torno das marcas próprias está a desaparecer, com 68% dos inquiridos a considerá-las boas alternativas às marcas de fabricante e 69% a reconhecê-las como oferecendo bom valor. Paralelamente, 60% dos consumidores globais diz que compraria mais marcas próprias se houvesse maior variedade disponível.

O relatório também mostra que a quota de vendas subiu 1,4 pontos percentuais a nível global, mas há sinais de abrandamento em todas as regiões. Na Europa, o crescimento caiu de quase 12% em 2023 para menos de 4% em 2024.

Não obstante, mais de metade dos consumidores (54%) está disposta a “mimar-se” comprando produtos premium. Esta percentagem é ainda maior entre os Millennials (61%) e a Geração Z (58%). Além disso, 58% dos inquiridos está a expandir as suas compras a diversas categorias de marcas. Outros 58% dizem que a marca (própria ou de fabricante) é irrelevante, já que a escolha depende da necessidade.

“Nunca houve um momento melhor para as organizações se unirem e descobrirem formas de aumentar o valor global da oferta para os consumidores. O crescimento é possível para muitas empresas neste ecossistema diversificado. Os retalhistas devem maximizar o tráfego nas categorias, equilibrando marcas próprias e de fabricante, e considerar programas de co-promoção. Já os fabricantes devem inovar e oferecer incentivos comerciais para proteger e expandir a sua quota de mercado, preservando o valor da marca”, refere Lauren Fernandes, vice-presidente de Estratégia Global da NIQ.

 

Sucesso em harmonia

Para criar sinergias e crescimento mútuo, a NIQ aconselha a que as marcas próprias apostem no “efeito halo”, já que a proximidade com marcas de fabricante aumenta o seu apelo. Ao igualarem a qualidade premium, ganham confiança.

Além disso, as marcas de fabricante são vendidas com um prémio de 26% em relação às marcas próprias, o que pode incentivar escolhas baseadas no valor.

No caso das marcas de fabricante, a NIQ sugere uma aposta no tráfego reforçado. Cerca de 60% dos consumidores confia nas marcas próprias graças à reputação do retalhista. Em 2024, três retalhistas do Reino Unido impulsionaram mais de 70% do crescimento das marcas próprias e 86% das marcas de fabricante.

Outro aspeto é a expansão do mercado. As marcas próprias geram mais de metade do crescimento em categorias como cafés prontos a beber e barras energéticas, criando oportunidades para todas as marcas.

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Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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