“Existe um risco de perda do valor da marca quando a publicidade é colocada em pausa”. A afirmação é de Jason Kanefsky, Chief Investment Officer da Havas Media, num alerta às marcas para não cortarem no investimento em publicidade apesar das quebras da faturação sofridas pelos negócios durante a crise pandémica.
Em declarações ao site Campaign, o especialista sustenta que será necessário dirigir uma maior parte do investimento para a construção e manutenção de uma relação com significado com os consumidores. A oportunidade está em aproveitar o atual cenário para manter aqueles que já são clientes da marca, assim como conquistar novos compradores. “É crucial compreender o que os clientes querem agora. Poderá ser a garantia de que as lojas estão a ser limpas, por exemplo, ou de que os colaboradores estão a ser apoiados”, explica, lembrando que publicidade não é obrigatoriamente sinónimo de vender produto.
As viagens e turismo deverão ser o sector cujos gastos em comunicação serão mais afetados, prevendo-se um período de recuperação de pelo menos seis meses. Seguem-se as artes, entretenimento e atividades recreativas, com três meses de recuperação, e a restauração rápida, com um mês de recuperação. Retalho e automóvel também deverão ser afetados.
Já as marcas de bens de grande consumo continuarão a investir durante o período de crise, já que os bens alimentares e os medicamentos de venda livre estão a crescer, particularmente online. Ainda assim, alerta Jason Kanefsky, mesmo os negócios online poderão sofrer devido a constrangimentos com os recursos humanos.
