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A Mondelez, fabricante do chocolate Cadbury, está a apelar a um adiamento de um ano na implementação da lei de desflorestação da União Europeia.
A empresa apoia o Regulamento da UE sobre a Desflorestação (EUDR) em princípio, disse Massimiliano Di Domenico, vice-presidente de assuntos corporativos e governamentais para a Europa, mas apelou aos legisladores para que considerem as “realidades no terreno”, reporta a Reuters.
Em julho do ano passado, a Reuters noticiou que a Nestlé, a Mars Wrigley e a Ferrero apoiavam a lei num documento conjunto, ao mesmo tempo que apelavam a Bruxelas por orientações mais claras e apoio para ajudar as empresas a cumprir o prazo de conformidade.
A lei proposta, que visa pôr fim a 10% da desflorestação global alimentada pelo consumo da UE, exige que empresas e comerciantes que importam soja, carne bovina, cacau, café e produtos relacionados provem que as suas cadeias de abastecimento não contribuem para a destruição das florestas mundiais – sob pena de pesadas multas.
Produção de cacau
Di Domenico afirmou que o sector do cacau está “sob enorme pressão” devido à subida acentuada dos preços, à queda da produção e às lacunas na infraestrutura digital nos países de origem, o que poderá afetar o cumprimento da lei e perturbar as cadeias de abastecimento.
“É por isso que estamos a apelar, de forma respeitosa, transparente e responsável, a um adiamento de 12 meses – não para diluir a ambição, mas para permitir uma implementação prática, inclusiva e eficaz”, afirmou Di Domenico numa publicação no LinkedIn.
A UE já tinha adiado o lançamento da lei em um ano, para dezembro de 2025, após queixas de parceiros comerciais como o Brasil e os EUA, e reduziu os requisitos de reporte após críticas da indústria.