Em 2022, o mercado de smartphones em Portugal caiu 3,9%, face ao ano anterior, para os 2,5 milhões de unidades, ou 934 milhões de euros. Em alguns trimestres, foram registadas quedas de 18%.
“Durante a pandemia, o mercado assistiu a uma queda significativa nas vendas de smartphones, uma vez que o foco da maioria dos consumidores e empresas foi adquirir computadores e tablets para fazer face às necessidades do trabalho a partir de casa”, explica Francisco Jerónimo, vice-presidente da IDC na Europa para a área de dispositivos móveis, em entrevista à Lusa.
Os consumidores e empresas que adiaram a substituição do smartphone durante a pandemia fizeram-no em 2021 e na primeira metade de 2022. Como a taxa de penetração destes equipamentos já está acima dos 85% e o desempenho da categoria está relacionado com os ciclos de substituição, estes abrandaram na segunda metade do ano passado. “O que levou a uma queda significativa nas vendas”, justifica Francisco Jerónimo. Além disso, no segundo semestre, “a questão do aumento do custo de vida levou a que os restantes consumidores que ainda não tinham substituído o smartphone tenham adiado a decisão”.
Mercado em queda
Apenas em 2021 se verificou-se uma subida do mercado de smartphones (8,4%), cujo crescimento a IDC considera dever-se, sobretudo, ao facto dos consumidores e empresas terem adiado a substituição do smartphone durante a pandemia. Em 2018, as vendas recuaram 5%, em 2019 a queda foi de 4,7% e em 2020 de 8%.
As vendas de smartphones atingiram o pico em 2015, com três milhões de unidades vendidas ou 620 milhões de euros.
“O mercado tem estado em queda há já alguns anos. Como referi, a taxa de penetração dos smartphones está já acima dos 85% da população, pelo que qualquer venda é uma substituição de terminal e não um novo utilizador. Por outro lado, as vendas de smartphones têm vindo a ser de valores cada vez mais elevados”, salienta Francisco Jerónimo. O preço médio de venda dos smartphones subiu 19% entre 2018 e 2022.
De acordo com a IDC, em 2022, a Samsung liderou as vendas, com 42,3% de quota de mercado, seguida da Xiaomi (23,3%) e da Apple (16,6%). “A Samsung continuará a liderar o mercado, a Xiaomi consolidará a sua posição com uma aproximação maior à Samsung e a Apple continuará numa confortável terceira posição e a liderar o segmento de alta gama”, afirma o responsável.
Vendas 5G ultrapassam pela primeira vez as de 4G
No ano passado, as vendas de 5G já representam 58% das vendas totais de smartphones, percentagem que continuará a aumentar nos próximos anos. A IDC perspetiva que, em 2027, se eleve para 95% das vendas totais.
O preço médio das vendas de smartphones 5G (535 euros em 2023) é quatro vezes maior “e assim se manterá nos próximos anos”, refere Francisco Jerónimo.
