A Kantar, Worldpanel Division identificou as crianças como as mais importantes influenciadoras no que diz respeito aos hábitos de compra para o lar mais ambientalmente sustentáveis. “Who Care, Who Does”, o estudo global sobre sustentabilidade, conclui que, para quase metade dos lares (49%), a pandemia de Covid-19 tornou este tema ainda mais importante.
O estudo segmenta os lares em três categorias, com base nos seus comportamentos reais. Os Eco-atives estão altamente preocupados com o ambiente e tomam muitas ações no sentido de reduzir o seu desperdício. A sua percentagem cresceu de 16%, em 2019, para 22%, em 2021, com a Kantar a prever que este segmento de lares cresça até aos 40%, nos próximos cinco anos, e que sejam mais de metade em 2029. As compras de Fast Moving Consumer Goods (FMCG) dos Eco-actives totalizarão 446 mil milhões de dólares, cerca de 382,94 mil milhões de euros, em 2021, mais 70 milhões de dólares, cerca de 60,10 milhões de euros, do que em 2020, com este segmento a atingir os 925 mil milhões de dólares, cerca de 794,21 mil milhões de euros, em 2026, cinco vezes mais que o mercado de FMCG como um todo.
Por sua vez, os Eco-considerers (40% dos lares) são compradores preocupados com o ambiente e com os resíduos de plástico, mas não fazem qualquer tipo de ação para reduzir o seu desperdício. São também identificados os Eco-dismissers (38% dos lares), que têm muito pouco ou nenhum interesse no ambiente e não fazem nada para reduzir o desperdício.
Quem é o mais verde?
A Alemanha tem o maior grupo de Eco-actives, com 46% dos lares em 2021, seguida pela Bélgica e pela Hungria. Com apenas 7% dos lares, a Arábia Saudita é o país com a penetração mais baixa de Eco-actives.
Segundo a Kantar, existe uma relação direta entre o PIB por lar e a prevalência de lares Eco-actives. Dentro dos países mais economicamente avançados, os Países Baixos e os Estados Unidos da América têm a incidência mais baixa deste tipo de lares.
A Kantar pediu também aos consumidores para identificarem as suas maiores preocupações relativamente à sustentabilidade e as suas principais barreiras para agir de forma mais sustentável
Preocupações e barreiras ambientais
Top das preocupações ambientais | Top das barreiras para um comportamento sustentável |
Alterações climáticas (42%, +2% vs. 2020) | Os produtos são mais difíceis de encontrar ou são mais caros (59%) |
Poluição da água (36%, +1% vs. 2020) | Distraído enquanto está nas compras (33%) |
Resíduos plásticos (34%, -3% vs. 2020) | Dúvidas sobre qual a ação a tomar (22%) |
Com muitas marcas a focarem-se já nas suas credenciais de sustentabilidade, os consumidores já têm uma perspetiva sobre quais as marcas que fazem muitas coisas pela sociedade.
Perceção ambiental da marca
… PARA O AMBIENTE | …PARA A SOCIEDADE | |
1 | Nestlé | Avon |
2 | Coca-Cola | Tony’s Chocolonely |
3 | Natura | Natura |
4 | Almarai | Nestlé |
5 | Ecover | Nivea |
6 | Yves Rocher | Oriflame |
7 | Nivea | Body Shop |
8 | Tony’s Chocolonely | Yves Rocher |
9 | Zywiec Zdrój | Lush |
10 | Frosch | Dove |
“Os Eco-actives estão a ajudar ao crescimento das marcas que abraçam estratégias de sustentabilidade. Como segmento, os Eco-Actives irão crescer cinco vezes mais que mercado de grande consumo como um todo. Construir uma vantagem competitiva, através de uma estratégia de sustentabilidade, representa uma grande oportunidade para as marcas. As empresas que conseguirem acertar irão colher os frutos e aquelas que não agirem correrão o risco de afastar um número crescente de compradores. Dois terços dos compradores já deixaram de comprar, pelo menos, uma vez um produto ou um serviço que tenha um impacto negativo no ambiente. Para os retalhistas, existe muito a fazer. Apenas 44% dos compradores estão satisfeitos ou muito satisfeitos com a oferta dentro da loja. Uma boa escolha de produtos locais e de opções acessíveis são os fatores mais importantes de sustentabilidade que os compradores têm em conta quando escolhem uma loja para as suas compras”, comenta Guillaume Bacuvier, CEO da Kantar, Worldpanel division.
Neste estudo, foram entrevistadas 90 mil pessoas em 26 países.