De acordo com a Kantar, Worldpanel Division, mesmo com o aumento de preços dos combustíveis, a maioria dos portugueses (65%) continua a atestar os seus carros (considerando abastecimentos acima dos 65 euros), independentemente da sua classe social, no últimos seis meses.
Existem, no entanto, alguns compradores que deixaram de atestar nos últimos seis meses (apenas 2%), notando-se um reforço nos abastecimentos entre os 35 euros e os 65 euros.
O painel de combustíveis da Kantar revela ainda que há um aumento nos abastecimentos abaixo de 20 euros, que têm agora mais 900 mil compradores. Existe uma maior duplicação destes abastecimentos com aqueles de maior valor, ou seja, os mesmos compradores que atestam o carro também fazem abastecimentos abaixo de 20 euros. Este movimento tem uma explicação: promoção e preço.
Descontos e benefícios
Houve um aumento dos descontos e benefícios oferecidos pelas gasolineiras em Portugal, seja através de descontos na bomba ou parcerias com o retalho alimentar (que representaram 27% do volume abastecimento em maio).
Assim, quando o carro chega à reserva e não existe um posto com desconto ou preço mais baixo por perto, há um abastecimento de “sobrevivência” abaixo dos 20 euros que permite ganhar tempo para obter o desconto, chegar ao dia da promoção ou estar mais perto do posto de abastecimento low cost.
Preços
Entre maio de 2021 e o período homólogo, o preço do combustível pago por cliente final subiu 26% (21% em gasolina e 31% em gasóleo). Em maio de 2022, em média, cada português gastou 122 euros para abastecer o seu carro, um número record. Até maio de 2022, nunca se tinha chegado à marca dos 105 euros gastos em abastecimento num só mês, sendo que este foi o terceiro mês consecutivo em que se quebrou essa barreira.
No estudo da Kantar sobre a evolução dos preços de junho 2022, 73% dos portugueses diz ser difícil ou muito difícil fazer face à despesas com combustíveis, um número bastante acima dos 59% que dizem ter o mesmo grau de dificuldade face às despesas gerais.
O mercado de abastecimento de veículos particulares foi dos que mais sofreu com a pandemia, perdendo-se compradores e abastecimentos, que só começaram a ser recuperados com o fim dos confinamentos. Em abril de 2020 apenas 50% dos portugueses abasteceu o seu carro. Os primeiros sinais de estabilização vieram em maio de 2021, com recuperação de abastecimentos e compradores.
