73% dos principais retalhistas europeus espera que as suas lojas físicas se tornem mais importantes do ponto de vista estratégico nos próximos cinco anos, de acordo com um novo estudo da Pierre Audoin Consultants.
Uma opinião que parece contraditória com o facto de 69% dos inquiridos adiantar que a expansão da presença digital é uma das prioridades a curto prazo e com os crescentes números de encerramentos de lojas físicas por essa Europa fora.
O estudo, intitulado “Retalho Omnicanal na Europa”, toma em consideração a opinião de 200 gestores de topo de grandes empresas de retalho europeias e apurou, ainda, que 85% dos retalhistas acredita que o desenvolvimento das suas estratégias omnicanal se deve ao facto das exigências dos consumidores apontarem nesse sentido. Contudo, 89% é da opinião, também, que as iniciativas de omnicanalidade etsão a ser catalisadas pela necessidade de melhorar a experiência dos “shoppers”, o que significa que se terá de entregar uma experiência semelhante em todos os canais, tanto online como offline. Daí as recentes apostas em lojas físicas nos últimos meses, com muitos retalhistas e marcas sem uma presença física reconhecida a abrirem também os seus pontos de venda. O exemplo mais recente é o da Dyson, que abriu recentemente uma loja ao estilo da Apple no Reino Unido.
O estudo destaca que o maior desafio que os retalhistas europeus enfrentam é responder às elevadas expectativas dos seus clientes, já que a Amazon e o Google estão a elevar o nível quanto à entrega dos produtos no próprio dia, ao mesmo tempo que retalhistas como a John Lewis estão a investir fortemente para proporcionar uma experiência coerente nos seus diferentes pontos de contacto com o “shopper”, para se assegurar que este recebe o mesmo nível de serviço, promoções e preço. É neste sentido que 60% dos retalhistas na Holanda e no Reino Unido usa já as suas lojas físicas como pontos de recolha para as encomendas online.
A consultora apurou ainda que, ao contrário do que inicialmente se poderia supor, são os gestores do negócio, e não os departamentos tecnológicos, que estão a impulsionar a omnicanalidade. 80% confirmou que o desenvolvimento de uma estratégia a longo prazo é um grande desafio e 75% nomeou a transformação das estruturas organizacionais internas como uma grande preocupação. Para a maioria dos retalhistas, são os desafios do negócio, e não tanto a tecnologia, que criam os maiores desafios ao sucesso.