Confiança
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Líderes portugueses estão mais confiantes que os seus pares europeus

O Worldcom Public Relations Group, representado em Portugal pela Do It On, acaba de lançar um estudo que acompanha os focos de maior atenção de líderes empresariais de todo o mundo, nos últimos nove meses do ano de 2020, no sentido de apurar a forma como a sua confiança foi alterada pela pandemia.

A principal conclusão é a de que os líderes começaram, com o emergir da situação pandémica, a prestar mais atenção a tópicos diretamente relacionados com os colaboradores. Dos sete tópicos com maior aumento de atenção dedicada, quatro têm a ver com pessoas. Qualificação e requalificação de colaboradores é, de momento, o tópico com o qual os 54 mil líderes tidos em conta pelo índice de confiança da Worldcom (WCI) mais interagem, sendo o assunto mais mencionado em todas as regiões do mundo, com exceção da América Latina.

A maior atenção dada pelos líderes não se refletiu, contudo, em maiores níveis de confiança quanto à capacidade de melhor qualificar os colaboradores. Este é, na verdade, o tópico com maior decréscimo de confiança desde abril: menos 7,3.%. Este parece ser o grande desafio dos próximos anos, com o mais recente relatório da World Economic Forum sobre os empregos do futuro a afirmar que metade de todos os colaboradores de todo o mundo precisarão de uma requalificação em 2025.

Reter talento, o segundo tópico que recebeu maior atenção por parte dos líderes, mostrou a segunda maior subida de todo o índice (de 124%). Numa altura em que muitas pessoas estão a repensar a sua vida profissional, os líderes estão preocupados com a retenção dos colaboradores mais qualificados. Verifica-se, contudo, um decréscimo de confiança, com uma queda de 3,2%.

Roger Hurni, chair do The Worldcom Public Relations Group, afirma que, “com as primeiras vacinas contra a Covid-19 a serem ministradas, pela primeira vez, em dezembro de 2020, pareceu finalmente existir luz ao fundo do túnel. Quisemos estudar a forma como a pandemia impactou as prioridades dos líderes a nível mundial e, com o índice de confiança da Worldcom em constante atualização, descobrimos que os líderes identificam as qualificações dos colaboradores como a principal base do sucesso num mundo pós-pandemia

O mais recente WCI incide sobre o período decorrente entre abril e dezembro, por se entender que este é o que melhor espelha as alterações de pensamento e de confiança dos líderes a nível global, à medida que a situação pandémica evoluiu. De notar que abril de 2020 foi o mês em que a situação pandémica se agravou um pouco por todo o mundo e dezembro, por sua vez, viu a chegada das primeiras vacinas contra a Covid-19.

 

Sustentabilidade

A decisão da administração de Joe Biden, presidente dos Estados Unidos da América, de reintegrar o Acordo de Paris parece estar de acordo com a atenção dada pelos líderes globais a questões ambientais e relacionadas com uma maior sustentabilidade.

Tópicos como a redução de plásticos obtiveram uma subida de 104% do nível de interação, ocupando o quarto lugar da lista de tópicos com maior interação. Contudo, quanto a níveis de confiança, assistiu-se à segunda maior queda desde abril (4,5%).

Como previsto pelos profissionais da Worldcom, a sustentabilidade será um tópico de grande importância em 2021 e os líderes devem garantir uma estratégia clara quanto à comunicação da sua abordagem.

 

Impacto e papel dos media

Embora o impacto e papel dos media tenha caído do primeiro para o terceiro lugar da lista de tópicos com maior interação, o tópico recebeu o dobro da atenção desde abril, com um aumento exato de 100%. A confiança em lidar com os meios de comunicação caiu 3%, durante os últimos nove meses de 2020, a quinta maior queda de confiança.

Todd Lynch, managing director do The Worldcom Public Relations Group, afirma que, “com a atenção mediática a começar a desviar-se da forma como os governos lidam com a pandemia, é crucial que os líderes empresariais estejam preparados para maiores níveis de escrutínio. Esta será certamente uma oportunidade para dar evidências de uma abordagem progressiva de recuperação

 

Influencers

Definir as audiências a quem prestar maior atenção tem sido uma questão fulcral para os líderes no decorrer da pandemia. As conclusões são inequívocas. Os níveis de atenção prestados a “influencers”, clientes e colaboradores aumentaram todos desde abril.

Os “influencers” contam com a maior subida (de 42,2%). Esta não foi, contudo, acompanhada pelo nível de confiança, que caiu 10,6%. O mesmo aconteceu com o foco dedicado aos clientes, embora assistindo a um aumento de atenção de 29,3% desde abril, a confiança na capacidade de ir ao encontro das suas necessidades e expectativas sofreu uma descida de 6,3%.

Ajustar a comunicação aos dois grupos será crítico a uma recuperação eficiente. A lista de previsões feita pelos profissionais da Worldcom destaca uma variedade de técnicas, desde o marketing experimental ao dirigido ao consumidor e à comunicação digital. Realça-se, ainda, a necessidade de garantir que a comunicação é sensível, próxima e cuidada.

 

Trabalho remoto

A pandemia comprovou o ditado de que “a necessidade é a mãe da inovação”. Em abril, a confiança dos líderes no uso da tecnologia enquanto meio de inovação e colaboração ocupava o 18.º lugar do índice de confiança da Worldcom. Em dezembro, foi o tópico do WCI no qual se depositou maior confiança. A nível nacional, o nível de confiança neste tópico subiu consideravelmente entre abril e dezembro: 9,2 pontos percentuais.

A forma como as empresas, de um dia para o outro, transitaram para o trabalho remoto, e a forma como se apoiaram na tecnologia para o fazer, talvez prove a resiliência e agilidade da força de trabalho global. A recuperação da pandemia vai exigir uma abordagem igualmente ágil”, afirma Fernando Batista, diretore da Do It On, agência representante do Worldcom Public Relations Group em Portugal, e diretor do Board para a região EMEA da Worldcom. “O índice de confiança da Worldcom oferece uma perspetiva bastante relevante na antecipação dos principais desafios das organizações. A maior confiança na tecnologia pode ser indicativa do papel fulcral que esta tem e terá na vida profissional e organizacional dos próximos anos”.

 

Portugal

Apesar dos níveis de confiança globais terem recuperado ligeiramente entre abril e dezembro (um crescimento de 1,7%), a confiança dos líderes na Europa demonstrou a maior queda em relação aos seus pares de outras regiões.

Contudo, enquanto Itália, Alemanha e França corroboraram este decréscimo, em Portugal, assistiu-se a uma subida, ainda que ligeira (2%). O Reino Unido, por sua vez, manteve-se estático.

Como resultado, a Europa passou de ser a região mais confiante de todo o índice em abril, para ocupar, em dezembro, o quatro lugar, atrás da América do Norte, Ásia e Australásia.

Por Bárbara Sousa

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