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Lares portugueses gastam mais 12% em grande consumo em 2020

Foto Shutterstock

O mercado de Fast Moving Consumer Goods (FMCG) demonstrou, mais uma vez, em 2020, a sua  resistência às dificuldades, confirmando-se como um motor do país, crescendo a um ritmo elevado, mesmo após o confinamento. O consumo cresceu: as famílias portuguesas compraram mais 8% e gastaram mais 12%, até agora, desde o início do ano.

No contexto de uma pandemia, ir às lojas tornou-se uma atividade que se procura reduzir, procurando também espaços seguros e passando o mínimo de tempo possível dentro delas. Com tudo isto, reduziu-se a frequência de compra em 4%, bastante impactada pelos períodos de confinamento, onde a queda foi até aos 12% nas visitas às lojas.

Por outro lado, compensou-se com cestas cada vez maiores, com uma maior quantidade comprada em cada ato, que, mesmo nos últimos meses, continuou a crescer 8% em relação ao mesmo período de 2019 (junho, julho e agosto) e subiu para 11,9%, analisando o total dos meses até agosto.

No que diz respeito aos canais de compra, tanto os discounts como os tradicionais têm demonstrado a sua importância para o agregado familiar português. Por se tratar de lojas onde o comprador se desloca regularmente, a perceção de que pode continuar a fazer as suas compras habituais e o número significativo de lojas por habitante ajudaram ao crescimento de ambos. Com isto, os discounts ganharam 0,5 pontos de quota, enquanto os tradicionais cresceram 0,6 pontos. Em ambos os casos, o crescimento de produtos frescos tem sido fundamental.

 

E-commerce alimentar

O e-commerce alimentar, por outro lado, é um fenómeno global, que também descolou em Portugal, em 2020. Um em cada três lares portugueses já comprou produtos de grande consumo online, em 2020, e 45% deles repetem este canal de compras, pelo menos uma vez.

Com tudo isto, foi possível quebrar muitas barreiras e gerar o hábito, o grande desafio deste canal, num país com muitas lojas físicas por habitante. Em 2020, deu-se um desenvolvimento que seria expectável acontecer nos próximos três ou quatro anos.

Relativamente à análise das insígnias, o ano de 2020 inicia-se com quotas de mercado similares às do fim de 2019. No mês de março, verificou-se um forte crescimento do Intermarché, que conseguiu manter nos restantes meses do ano, e uma queda na quota Jerónimo Martins, num mercado que começou a crescer na casa dos dois dígitos.

Durante o confinamento, a Sonae seguiu o mesmo caminho e cedeu alguma quota, sem comprometer a liderança, não obstante o Lidl atingir os melhores números do ano, aproximando-se dos 12% do mercado.

Nestes últimos meses do chamado “novo normal”, consolidou-se o crescimento do Lidl e do Intermarché. A Sonae recuperou um pouco e foi o DIA/Minipreço quem mais sofreu.

 

Preferência pelo alternativo

No período acumulado de 2020 (de janeiro a agosto), verifica-se que as insígnias líderes, apesar de cederem alguma da sua quota de mercado, mantiveram as suas posições com muita solidez. Um fenómeno que tem ocorrido em todos os países e que responde à lógica de um mercado maior, mas, ao mesmo tempo, mais distribuído entre os diferentes agentes.

Por outro lado, Lidl e Intermarché conseguiram consolidar o seu crescimento desde o início da pandemia e ter um bom desempenho em 2020. Algo que quase se pode afirmar também para o Auchan, que, embora não tenha ganho quota de mercado, permaneceu quase estável neste mercado maior. O Minipreço, que ganhou durante as semanas de confinamento, perdeu terreno nas últimas semanas.

Falamos de um mercado maior, num ambiente diferente e com mais concorrentes do que nunca. Conectar com o consumidor e com suas novas necessidades será a chave para reter o máximo de gasto em cada visita às lojas, sem dúvida a métrica chave para o êxito dos distribuidores nos próximos tempos”, afirma Florencio Garcia, Iberia Retail & Catman Sector Director.

Por Bárbara Sousa

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