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Kearney adverte para a desaceleração dos negócios no retalho devido ao coronavírus

Imagem Shutterstock

A irrupção da pandemia da Covid-19 irá acentuar a desaceleração nas fusões e aquisições no mercado global do retalho e grande consumo este ano.

Assim revela um estudo da Kearney, que indica que os investidores estão a apostar em focar os seus investimentos em empresas de primeiro nível e com capacidades sólidas ou em ativos mais pequenos, a muito bom preço, e com um forte potencial de melhoria.

Em 2019, este tipo de operações sofreu uma queda de 38% face ao ano anterior, registando-se um valor global de 191 mil milhões de dólares. Esta contração representa uma descida de 59% face a 2016, exercício onde a tendência em alta foi invertida.

O estudo nota que as empresas de média dimensão carecem de capacidades ou de capital para se transformarem, tornando-se cada vez menos atrativas, pelo facto de terem um preço que afasta o interesse dos investidores que procuram um bom negócio. “Esta progressiva mas drástica diminuição do mercado pode ser atribuída a uma combinação de diferentes fatores, como a escassez de bons candidatos após 10 anos de consolidação do sector, um aumento sustentado dos múltiplos de valorização e uma maior necessidade de levar a cabo uma profunda transformação para que os investimentos sejam suficientemente rentáveis”, explica José Ignacio Nieto, sócio responsável pela área de retalho e consumo da Kearney em Portugal e Espanha.

 

Riscos

Adicionalmente, e a fim de mitigar os riscos, os investidores começaram já a orientar-se para ativos de dimensão pequena, que muitas vezes oferecem um maior potencial de crescimento. Em 2020, 69% dos gestores do sector do consumo e 47% do sector do retalho procurarão ativos com um valor inferior a 500 milhões de dólares, revela o estudo.

Seguindo a tendência de 2019, que revelava um maior interesse por parte de operações como a diversificação geográfica, de capacidades ou indústrias, por contraposição às operações de escala, puramente competitivas e de busca de quota de mercado, os investidores continuarão a procurar novas vias de crescimento além do seu núcleo, diversificando e redefinindo o seu mercado.

 

3 tendências

A Kearney identificou três tendências principais nas operações de compra e de fusões do sector em 2020. Desde logo, os retalhistas que não adotaram modelos eficazes de omnicanalidade e uma experiência de cliente distintiva e diferenciada poderão deparar-se com a absorção ou, inclusivamente, o encerramento definitivo.

Por outro lado, as empresas de grande consumo utilizarão as estratégias de fusões e aquisições para desenvolver cadeias de abastecimento mais resistentes e flexíveis, passando da globalização a uma abordagem multilocal.

Finalmente, os investidores irão procurar com cautela transações de preço baixo, submetendo-as a provas de resistência para calibrar os riscos e melhor poder geri-los.

O estudo também sublinha a preferência pelo digital. Assim, 70% dos gestores inquiridos mostraram interesse em adquirir novas capacidades digitais. Apesar da maioria das empresas de grande consumo e de retalho terem estado a impulsionar a sua agenda digital durante anos, muitos destes esforços não chegaram a bom porto, o que ampliou ainda mais a diferença face aos nativos digitais.

53% dos inquiridos esperam uma maior convergência entre os sectores de consumo e de retalho, com as marcas a apostarem no modelo de venda direta ao consumidor para melhor controlar a experiência do cliente, juntamente com os retalhistas, que se defendem mediante o lançamento dos seus próprios produtos.

Por último, prevê-se uma mudança progressiva no sentido de transações mais pequenas, já que 57% dos inquiridos procuram operações de menos de 100 milhões de dólares e 54% prefere marcas novas e alternativas às já estabelecidas.

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