A Jerónimo Martins anunciou ao mercado o apuramento dos seus resultados semestrais, nos quais reportou um resultado líquido de 356 milhões de euros, com as vendas consolidadas a atingirem os 14,5 milhões de euros (+22,1%).
Os resultados líquidos reportados à CMVM representam uma subida de 36,4% face aos 261 milhões de euros apurados no período homólogo do exercício de 2022, com a empresa portuguesa detentora das insígnias Pingo Doce, Recheio, Ara, Hebe e Biedronka a reportar o aumento das vendas em base “like-for-like” (LFL) de 18% e a anunciar um lucro por ação de 57 cêntimos.
Já o EBITDA, por sua vez, evoluiu 18,1% para mil milhões de euros, com a margem EBITDA a atingir os 6,9%, face aos 7,2% no período homólogo, nota a empresa. A dívida líquida da companhia, no final do primeiro semestre, fixou-se nos 2,3 mil milhões de euros.
“Tal como antecipado, em resultado do investimento em preço e da inflação nos custos registada nos três países em que operamos, a margem EBITDA do grupo caiu 24 pontos base em relação ao primeiro semestre de 2022 (no segundo trimestre, a redução foi de 28 pontos base). No entanto, o firme compromisso com a competitividade de preço e o crescimento de vendas daí resultante permitiu um sólido desempenho do EBITDA em valor ,ao longo do período. No final de junho, após o pagamento de dividendos no valor de 345,6 milhões de euros, o grupo apresentava uma posição líquida de caixa (excluindo responsabilidades com locações operacionais capitalizadas) de 721 milhões de euros”, detalha a Jerónimo Martins em comunicado.
Pingo Doce e Recheio aumentam vendas
O Pingo Doce e o Recheio continuaram a ver as suas vendas evoluir, com “o Pingo Doce a registar um sólido crescimento das vendas, muito em resultado da sua agressiva política de preços e do contributo da área de ‘meal solutions’. O Recheio apresentou um muito bom desempenho, conseguindo reconduzir a sua rentabilidade aos níveis pré-pandemia”, analisa a Jerónimo Martins.
Em termos práticos, o Pingo Doce viu as vendas no período crescerem 8,2% (excluindo combustível) para os 2.265 milhões de euros, enquanto o Recheio, por sua vez, atingiu a fasquia dos 632 milhões de euros, representativo de um crescimento de 21,2% das vendas.
Biedronka e Hebe
Já a operação polaca, que vale 72,5% do negócio da companhia e onde detém e explora as insígnias Biedronka e Hebe, atingiu uma faturação combinada de 10.524 milhões de euros, com a Biedronka a registar um crescimento de 20,5% para os 10.316 milhões de euros (+20,5%), enquanto a Hebe viu as vendas subirem 17,9% para os 208 milhões de euros.
Num contexto em que o mercado perde volumes, a Biedronka “intensificou a dinâmica comercial e registou um desempenho notável, somando, no semestre, dois mil milhões de euros às suas vendas e voltando a conquistar quota de mercado”.
Para chegar ainda mais perto dos seus clientes e melhorar a sua experiência de compra, a Biedronka planeia adicionar, no ano, entre 130 e 150 localizações líquidas à sua rede e remodelar cerca de 350 lojas no ano, “aproveitando as oportunidades existentes”.
Também a Hebe “está a centrar o seu esforço de crescimento no canal e-commerce, através do qual se espera que a atividade internacional (Chéquia e Eslováquia) ganhe progressivamente relevância. No âmbito da sua estratégia omnicanal, a insígnia prevê também manter o seu ritmo de aberturas de lojas (cerca de 30 no ano)”.
Ara
AraJá a Ara tem “investido consistentemente no reforço da sua liderança de preço, conquistando o reconhecimento dos consumidores e aumentando a quota de mercado”.
No período reportado, as vendas atingiram os 1,1 mil milhões de euros, 31,6% acima do homólogo de 2022. Em moeda local, as vendas cresceram 52,4%, com um LFL de 18,1%, com a margem EBITDA a cifrar-se em 1,7% (3,1% no primeiro semestre de 2022), “claramente afetada pela decisão de concentrar o esforço de investimento em preço numa campanha massiva e de grande impacto realizada no segundo trimestre, assim como pelo efeito do ‘trading-down’ sobre o mix de margem e pela circunstância de mais de um quarto do parque de lojas ter menos de 12 meses”. O EBITDA recuou de 26 milhões de euros no primeiro semestre de 2022 para 18 milhões de euros no primeiro semestre de 2023.
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