Eric van Leuven Head of Portugal Cushman _ Wakefield
Eric van Leuven, hdiretor geral da Cushman & Wakefield em Portugal
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Investimento em imobiliário comercial deverá crescer 8% em 2025

Cushman & Wakefield antecipa retoma sustentada impulsionada pela estabilidade macroeconómica e critérios ESG

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O mercado de imobiliário comercial em Portugal deverá registar um crescimento de 8% no volume de investimento em 2025, atingindo os 2.560 milhões de euros, segundo a 44.ª edição do Marketbeat Portugal (Primavera 2025), publicada pela Cushman & Wakefield.

A projeção surge após um ano de forte recuperação, em que o sector demonstrou resiliência e voltou a captar capital estrangeiro de forma expressiva.

“Para 2025, antecipamos um crescimento mais sustentado, impulsionado por um contexto de maior estabilidade macroeconómica, nomeadamente pela redução gradual das taxas de juro, que favorecerá a retoma da atividade transacional”, explica Eric van Leuven, diretor geral da Cushman & Wakefield em Portugal.

 

Retalho lidera o investimento

Em 2024, o volume transacionado ascendeu a 2.380 milhões de euros, com o sector do retalho a representar 50% desse total, refletindo uma forte recuperação. Os sectores de hotelaria (21%) e escritórios (14%) seguiram-se, enquanto os chamados ativos alternativos – como residências para estudantes – consolidaram presença, com 11% do investimento total.

O capital estrangeiro manteve um peso expressivo, representando mais de 70% do investimento, com França e Espanha a liderarem entre os países de origem.

 

ESG: de tendência a exigência

A integração de critérios ESG (Environmental, Social e Governance) tornou-se um fator decisivo na avaliação e valorização de ativos. A consultora destaca que, em 2024, o número de certificações BREEAM e LEED quase triplicou face ao ano anterior, sobretudo nos segmentos de retalho e escritórios.

A certificação WELL, focada no bem-estar dos ocupantes, também ganhou tração, com cinco distinções atribuídas em 2024 e perto de 60 edifícios registados para futura certificação.

“A sustentabilidade deixou de ser uma opção para se tornar um requisito estratégico e competitivo”, reforça Eric van Leuven, sublinhando que os fundos ESG estão a atrair cada vez mais capital e que os bancos portugueses já aplicam taxas diferenciadas conforme o grau de sustentabilidade dos projetos.

 

Tendências para 2025 nos mercados de ocupação

No retalho, a localização será determinante na expansão das marcas, com foco em centros urbanos turísticos e empresariais. A escassez de espaços premium faz aumentar as rendas, enquanto as marcas valorizam cada vez mais o propósito e a responsabilidade social.

A integração omnicanal, com lojas flagship tecnológicas, e o crescimento do segmento athleisure são tendências em destaque.

Nos escritórios, o mercado será moldado por critérios de bem-estar, flexibilidade e certificação ESG. A procura por flex offices cresce, mas a escassez de oferta qualificada em Lisboa e no Porto pressiona as rendas. Prevê-se um aumento de contratos estruturados, com prazos longos e cláusulas de saída.

Na hotelaria, espera-se um reforço da presença de operadores internacionais, sobretudo nos segmentos full service, luxury e serviced apartments. O turismo de experiências (gastronomia, natureza, cultura) será chave para a diferenciação, com o mercado norte-americano a ganhar relevo. Os investidores valorizam cada vez mais portfólios sustentáveis.

Finalmente, o sector de industrial e logística será impulsionado pelo nearshoring, a estratégia de transferir processos de produção, serviços ou operações para países geograficamente próximos do mercado de destino, e pela procura de espaços mais modernos e eficientes. A transição energética e digital reforça o investimento em energias verdes, self storage e data centres. A escassez de ativos qualificados mantém o mercado tensionado.

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Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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