As centrais de compras do Intermarché em França foram acusadas pelo governo gaulês de “práticas comerciais abusivas”.
O ministro da Economia francês vai levar o grupo a tribunal, o que, potencialmente, poderá afetar a operação de alianças comerciais onde o Intermarché esteja envolvido. A Linéaire cita Bruno Le Maire, que alega que o retalhista “forçou inúmeros fornecedores, através de vários meios de pressão (paragem de encomendas, saídas de linear, etc.), a assinar um contrato internacional primeiro com a Agecore, depois com a ITM Bélgica, de modo a continuar a distribuir os seus produtos na rede Intermarché em França”.
Processo
A investigação na base deste processo remonta a 2018, quando a autoridade da concorrência francesa encetou um inquérito sobre as alianças de compras Agecore na Suíça e ITM Bélgica. O regulador concluiu, agora, que o Intermarché terá alegadamente pressionado 93 fornecedores a pagar avultadas quantias de dinheiro para continuarem a fornecer a cadeia de supermercados.
As autoridades francesas estão a questionar a operação destas alianças internacionais que negoceiam os termos e condições entre fornecedores e retalhistas. Bruno Le Maire considera que os serviços oferecidos por estas centrais de compras internacionais são desproporcionais em relação às comissões que cobram.
O governo francês pediu ao tribunal comercial que irá ajuizar o processo que sentencie o pagamento de uma multa de mais de 150 milhões de euros, o equivalente a 1% da faturação anual da cadeia em França.
O Intermarché já veio demonstrar o seu desacordo quanto às conclusões da autoridade da concorrência e reiterou que irá “demonstrar a legalidade das suas negociações internacionais, que estão ao serviço do poder de compra dos consumidores”.