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O mês de abril de 2025 trouxe sinais contraditórios no tecido empresarial português. Por um lado, as insolvências registadas caíram 12% face ao mesmo mês do ano passado. Por outro, o balanço do primeiro quadrimestre revela um aumento de 10% face a 2024, segundo dados divulgados pela Iberinform.
De janeiro a abril, foram contabilizadas 1.359 insolvências, mais 124 do que no período homólogo. O número de declarações de insolvência apresentadas pelas próprias empresas cresceu 41%, enquanto os processos requeridos por terceiros aumentaram cerca de 7%.
Mais empresas em dificuldades no Porto e em Lisboa
Os distritos do Porto (348) e de Lisboa (323) concentram o maior número de insolvências, com crescimentos homólogos de 12% e 15%, respetivamente. Já os aumentos percentuais mais expressivos verificam-se em Portalegre (150%), Vila Real (64%), Évora (50%), Leiria (46%), Bragança (43%), Viana do Castelo (39%), Castelo Branco (35%) e Angra do Heroísmo (33%).
Em sentido inverso, Viseu (-44%) e a região da Madeira (-43%) registaram os recuos mais acentuados no número de insolvências.
Sectores extrativo, agrícola e dos transportes com maiores aumentos
Por sector de atividade, o crescimento das insolvências até abril foi mais notório na indústria extrativa (300%), na agricultura, caça e pesca (147%), as telecomunicações (100%) e nos transportes (66%).
Apenas dois sectores registaram quebras: eletricidade, gás e água (-100%) e indústria transformadora (-2%).
Criação de novas empresas recua 26% em abril
No campo das constituições de empresas, os dados de abril revelam uma quebra de 26% face a igual período de 2024, com 3.199 novas empresas criadas. Em termos acumulados, o número total de constituições até abril é de 18.735, menos 3% do que no ano passado.
Lisboa lidera o número de novas empresas, com 5.583 constituições (-5,5%), seguida pelo Porto com 3.176 (-6,5%). Entre os distritos com desempenho positivo, destacam-se Viseu (19%), Évora (12%) e Viana do Castelo (11%).
Em contraciclo, verificaram-se descidas expressivas na Horta (-21%), Faro (-13%) e Aveiro (-10%).
Agricultura e construção em alta, telecomunicações e transportes em baixa
A nível sectorial, apenas três áreas registaram crescimento na criação de empresas: agricultura, caça e pesca (27%), construção e obras públicas (9%) e
indústria transformadora (3%).
Pelo contrário, registaram-se quedas significativas nas telecomunicações (-37%), transportes (-26%), eletricidade, gás e água (-28%) e indústria extrativa (-20%).