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Insetos na alimentação animal tornam sector mais sustentável

O projeto EntoValor demonstra que a introdução de insetos permite manter um sector agroalimentar a funcionar através de uma reconversão economicamente favorável e com melhorias em termos de sustentabilidade ambiental bastante significativas.

Outra das conclusões aferidas é que é possível comer de forma saudável e tradicional, respeitando o meio ambiente.

O EntoValor teve a duração de três anos e um investimento associado de 750 mil euros. O projeto foi liderado pela EntoGreen e por mais três empresas – Consulai, Rações Zêzere e AgromaisPlus – e teve como parceiro de I&D o INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária. O objetivo deste projeto foi promover a economia circular, uma vez que incidiu na utilização de subprodutos das agricultura e agroindústria para a produção das larvas, que, depois de biodegradados, serão posteriormente usados como fertilizantes orgânicos.

Com a implementação deste projeto, foi possível produzir carne e ovos com um menor impacto ambiental, graças à aplicação de processos de valorização de subprodutos que permitem maximizar a utilização dos recursos e gerar novas oportunidades de negócio para o sector agroalimentar, em particular para as zonas rurais.

Neste sentido, foi possível substituir totalmente o bagaço e óleo de soja por insetos na alimentação de galinhas poedeiras, sem que se verifiquem alterações produtivas ou no sabor dos ovos. Também nos frangos foi possível substituir parcialmente na sua alimentação o bagaço e óleo de soja por insetos, sem que tal afete a produtividade e a qualidade da carne. Importa referir que 95% do bagaço de soja é importado, desta forma, Portugal conseguirá reduzir a sua dependência do mercado internacional. “As regras para uma alimentação sustentável passam por consumir com moderação, de fonte local e de produtores que assegurem o natural ciclo dos nutrientes, maximizando a eficiência de utilização dos recursos naturais e o respeito pela natureza. Com o projeto EntoValor conseguimos verificar que é possível tornar a nossa agricultura sustentável, sem com isso acabar com sectores de atividade considerados tradicionais, mantendo a qualidade dos nossos produtos e o respeito pelo meio ambiente”, afirma Daniel Murta, fundador da EntoGreen.

 

 

Importa lembrar que mais de um milhão de toneladas de alimentos são desperdiçados todos os anos em Portugal e que a utilização de insetos na conversão de desperdícios nutricionais (subprodutos vegetais) permite criar fontes nutricionais alternativas para animais, principalmente proteicas, e novas fontes nutricionais para as plantas, fertilizantes orgânicos. Este processo permite gerar produtos finais de elevado valor nutricional e económico.

Por outro lado, a utilização destes fertilizantes orgânicos nas culturas permite reduzir a utilização de fertilizantes químicos e minerais, responsáveis pela contaminação das águas e lençóis freáticos. Assim, os fertilizantes orgânicos contribuem para melhorar a saúde do solo, favorecendo a sua estrutura, a fixação de água e a atividade de microrganismos benéficos.

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