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Ifthenpay quer ajudar as empresas portuguesas a “saltar as fronteiras e a vender para o mundo”

Filipe Moura, Co-CEO e Co-Founder da Ifthenpay

A Ifthenpay, fintech do distrito de Aveiro especializada em pagamentos digitais para empresas, foi pioneira “na democratização de utilização das referências Multibanco por empresas de todas as dimensões“, afirma Filipe Moura, coCEO e cofundador da Ifthenpay, em entrevista à Grande Consumo. 17 anos depois, a empresa que trouxe as referências Multibanco para o mundo digital mantém o mesmo objetivo de apoiar as empresas portuguesas e, acima de tudo, fomentar o mais possível a internacionalização dos seus negócios.

 

Grande Consumo – A fintech Ifthenpay registou um crescimento de 28% no volume de negócios. O que justifica esta evolução positiva?

Filipe Moura – O crescimento da Ifthenpay tem sido constante e robusto todos os anos. A pandemia veio impulsionar as vendas online e os canais de pagamento digitais, tendo ,em muitos casos, substituído os canais mais tradicionais de vendas presenciais.

Claro que houve sectores de atividade, como o turismo, os eventos e outros, em que as quedas foram grandes, mas, no geral, os nossos clientes aumentaram o volume de vendas e contribuíram para este crescimento.

 

GC – Adicionalmente, em 2021, a Ifthenpay registou um crescimento de 27% no volume de pagamentos. As empresas portuguesas estão mais recetíveis aos pagamentos digitais?

FM – Sim, pela mesma razão indicada anteriormente. O crescimento no volume de pagamentos dos nossos clientes reflete-se diretamente no aumento do nosso volume de negócios. As empresas portuguesas têm aderido, ano após ano, aos pagamentos digitais e nós temo-las ajudado nesse percurso, ao longo dos últimos 17 anos. A pandemia veio, simplesmente, acelerar ainda mais essa migração para a economia digital.

 

GC – A pandemia de Covid-19 veio trazer alguma alteração duradoura nos padrões de pagamento dos portugueses?

FM – Sim, de várias formas. Por um lado, o crescimento do contactless nos pagamentos presenciais foi exponencial. A tecnologia já existia, mas o que não se conseguiu fazer em vários anos, de repente, tornou-se uma realidade para a maioria das pessoas.

Por outro lado, as compras online tornaram-se um hábito de muito mais portugueses. Os próprios comerciantes passaram também a olhar com muito mais atenção para este canal, que, em muitos casos, durante a pandemia, e ainda hoje, se tornou o canal principal.

Outro fenómeno que se verificou foi o aumento dos pagamentos com o telemóvel, tanto nos pagamentos presenciais como nos pagamentos online, e, aí, o MBWAY foi a estrela da pandemia, com um crescimento enorme.

 

GC – A referência Multibanco mantém-se o método preferido dos portugueses para pagarem compras online?

FM – Sim, os nossos números ainda confirmam isso. É um método muito enraizado nos portugueses, de todas as gerações, que veem na referência Multibanco um método de pagamento seguro e que dominam.

Mas o MBWAY tem ganho muitos adeptos e os nossos números também confirmam isso, sendo o método com um maior crescimento.

 

GC – O número de entidades aderentes também aumentou, em 19%, em 2021. Estes resultados são um reflexo do crescimento do comércio eletrónico que se tem sentido nos últimos anos?

FM – Exatamente. Ao longo dos anos, temos oferecido cada vez mais ferramentas e mais evoluídas, para ajudar as empresas no seu percurso online e nos pagamentos digitais. Isso tem trazido cada vez mais empresas a utilizar os nossos serviços e o passa-palavra também tem ajudado muito. Temos muito foco no cliente e esforçamo-nos por ter sempre uma atitude construtiva, com um help-desk em português, que ajuda as empresas, de todas as dimensões, a darem este passo. Temos que falar uma linguagem que todos entendam e ter soluções tanto para as grandes, que têm departamentos de informática para lhes tratarem destas questões tecnológicas, como para aquelas que são, muitas vezes, uma pessoa singular, que estão a dar os primeiros passos e que nem loja online têm, mas que, mesmo assim, encontram na Ifthenpay soluções para entrarem, de um dia para o outro, nas vendas online e nos pagamentos digitais.

 

GC – Já traçaram algum objetivo para o crescimento do número de entidades aderentes para 2022?

FM – No nosso site, em www.ifthenpay.com, publicamos sempre, no início de cada ano, as previsões para esse ano. Em termos de empresas aderentes, prevemos chegar este ano às 23.500 empresas e, em termos de volume de pagamentos anual, prevemos chegar perto dos mil milhões de euros neste ano.

 

Ifthenpay

 

GC – Que desafios enfrentam, hoje, as empresas especializadas em sistemas de pagamento digital?

FM – A pandemia foi um grande desafio. O crescimento acelerado, com os clientes todos com muita urgência, por razões óbvias, os colaboradores em teletrabalho e alguns infetados trouxeram uma exigência adicional e obrigaram os nossos colaboradores a um grande esforço para responder a todos. Mas o espírito de procurar sempre ajudar e entender os clientes (o foco no cliente), que felizmente todos os nossos colaboradores têm, foi posto à prova e todos passaram com distinção.

A evolução tecnológica, as obrigações em termos de supervisão e “compliance”, as novas tendências dos consumidores são desafios constantes. Mas estes 17 anos de experiência no sector também nos mostraram que, se fizermos um bom trabalho e com a formação e especialização que os nossos colaborares têm, os resultados aparecem. Olhamos para os novos desafios, não como uma corrida de 100 metros, mas como uma maratona, onde a qualidade do trabalho efetivo que fazemos no dia-a-dia pelos nossos clientes é que vai determinar se eles chegam à meta connosco ou não.

 

GC – O que motivou o lançamento da plataforma Gateway Pay By Link?

FM – O Pay-by-lLnk é um mecanismo que permite a uma empresa enviar um link aos seus clientes para que estes lhe paguem, escolhendo o método de pagamento que desejarem. Isto pode ser utilizado de várias formas: pode, por exemplo, ser usado por uma empresa para receber os pagamentos das suas faturas em Portugal ou no estrangeiro, para receber os pagamentos de inscrições em eventos, donativos, venda-direta (pelas redes sociais por exemplo), etc. Na pandemia, foi também muito útil para os take-aways.

 

GC – Como é que esta plataforma, desenvolvida a pensar no ambiente online, é uma mais-valia para as entidades aderentes?

FM – Conforme referi anteriormente, o Pay-by-Link permite a qualquer empresa, mesmo que não tenha um site ou uma loja online, começar, de um dia para o outro, a receber pagamentos à distância. Pode ser usada de forma autónoma e imediata, sem necessidade de qualquer investimento por parte dos clientes. Pode também ser usada como um complemento às vendas das suas lojas online e até nas lojas físicas. Mesmo uma loja física, por vezes, pode ter necessidade de receber um pagamento à distância de algum cliente e nada melhor que ter ali à mão, no computador ou no telemóvel, a nossa ferramenta. Abre outras possibilidades.

 

GC – Que balanço fazem da parceria com a Visa?

FM – A parceria com a Visa foi e vai continuar a ser, nos próximos anos, uma prioridade. A Ifthenpay já alcançou uma quota de mercado muito relevante nos pagamentos digitais em Portugal, com um peso muito grande nos métodos de pagamento locais, como a referência Multibanco, o MBWAY e o Payshop. A nossa prioridade, agora, é fomentar o mais possível a internacionalização das empresas portuguesas. Mas, para elas exportarem mais e abrirem o seu negócio ao mundo, entre outras coisas, precisam de integrar nas suas plataformas métodos de pagamento internacionais, como o Visa e outros. É sobre isso que incide a nossa parceria com a Visa: oferecer aos nossos clientes soluções de pagamento internacionais, que permitam a qualquer empresa, de qualquer dimensão, de uma forma fácil, cómoda e segura, poder abrir o seu negócio ao mundo.

 

GC –  No passado, a Ifthenpay descrevia-se como “especializada na emissão e gestão de referências Multibanco”. A evolução para pagamentos digitais foi necessária para o futuro da empresa?

FM – Foi um percurso natural para nós. Há 17 anos, fomos pioneiros na democratização de utilização das referências Multibanco por empresas de todas as dimensões. Trouxemos as referências Multibanco para o mundo digital. Mais tarde, ajudámos à implementação e ao crescimento do MBWAY no mesmo contexto. Mais recentemente, ajudámos as empresas portuguesas a ultrapassarem os obstáculos da pandemia com os pagamentos digitais. E, agora, queremos ajudá-las a saltar as fronteiras e a vender para o mundo, para o “mundo português”, levando os produtos portugueses à nossa enorme comunidade de emigrantes, e para todo o mundo, que já tem provas dadas de que, quando nos visita, gosta de nós e dos nossos produtos. O marketing”já está feito com cada turista que nos visita. Só falta levar os nossos produtos (e receber os pagamentos através da Ifthenpay) à sua porta.

 

Ifthenpay
Filipe Moura, coCEO e cofundador da Ifthenpay

 

GC – Pode-se dizer que o foco de 2021 foi a internacionalização da plataforma de pagamentos? Que avanços fizeram no sentido de apoiar as vendas para o estrangeiro?

FM – A integração de cada vez mais métodos de pagamento internacionais nas plataformas dos nossos clientes, a utilização de ferramentas como o Pay-by-Link e outras, as parcerias com empresas direcionadas para o mercado global são alguns exemplos do esforço que estamos a fazer na internacionalização dos nossos clientes e, de forma indireta, na nossa internacionalização também. Sabemos que é um percurso longo, mas é mais uma maratona que queremos vencer.

 

GC – Qual é a estratégia de crescimento da Ifthenpay até ao final de 2022? Quais vão ser as apostas da empresa para este ano?

FM – Em termos de resultados, pretendemos chegar aos mil milhões de euros de volume de pagamentos anuais e às 23 500 entidades aderentes. Vamos continuar a aumentar a nossa oferta em termos de pagamentos internacionais, integrando-os em cada vez mais softwares e plataformas para levar o negócio dos nossos clientes (e o nosso, em consequência) ao mundo.

 

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