A multinacional alemã Henkel afirmou que está a apostar em produtos inovadores que permitem à fabricante de bens de consumo e adesivos reduzir custos, ao mesmo tempo que ajustou para cima a previsão da sua margem de lucro ajustada.
A fabricante dos detergentes Persil e dos produtos de cabelo Schwarzkopf afirmou que esta estratégia a está a ajudar a aumentar os preços, num momento em que os consumidores estão cada vez mais atentos aos seus gastos, devido à crescente incerteza económica global.
“O melhor contributo das inovações está a colocar-nos numa posição em que podemos aplicar preços mais altos em alguns casos“, afirmou Carsten Knobel, CEO da Henkel.
Knobel destacou que os negócios da Henkel na área de cuidados capilares, bem como nas áreas de eletrónica e indústria, estão a crescer ao ritmo mais rápido. “São precisamente estas áreas que nos permitem alcançar margens brutas significativamente mais altas“, disse.
Incerteza e confiança em queda
A Henkel fundiu as suas marcas de cuidados de beleza, detergentes e produtos para o lar numa única divisão de marcas de consumo em 2022. O CEO afirmou ainda que a empresa está no bom caminho para alcançar ou até ultrapassar a meta de poupanças de 525 milhões de euros para a sua unidade de marcas de consumo até ao final de 2025.
A empresa manteve a previsão para o EBIT ajustado do ano, que deverá situar-se na faixa entre 14,5% e 15,5%, superior à estimativa anterior de entre 14,0% e 15,5%.
Contudo, a Henkel alertou que o ambiente macroeconómico desafiante está a afetar o crescimento orgânico. A empresa espera que as vendas orgânicas cresçam entre 1% e 2% este ano, depois de anteriormente ter antecipado um crescimento entre 1,5% e 3,5%.
A empresa afirmou ainda que a sua perspetiva atual continua a refletir os efeitos previsíveis dos acordos tarifários globais. As empresas europeias de bens de consumo estão a reorganizar os seus negócios para tentar minimizar o impacto dos custos em crescimento, da incerteza relativamente à política comercial dos EUA e da diminuição da confiança dos consumidores.
No primeiro semestre do ano, a margem EBIT ajustada do grupo foi de 15,5%, superior aos 14,9% do ano anterior, e superou a estimativa média dos analistas de 15,1%, de acordo com um inquérito da Vara Research.