base de plantas
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Guerra na Ucrânia representa um novo desafio para a indústria plant-based

Um inquérito realizado pela organização ProVeg International, no qual foram questionadas empresas de produtos alimentares de 14 países europeus, revelou o impacto da guerra na Ucrânia no sector “plant-based”. O maior desafio para as empresas são os preços das matérias-primas, especialmente os óleos alimentares, e a disponibilidade e fornecimento dos mesmos.

Em particular, foi salientado que o óleo de girassol está a tornar-se muito escasso e que é preciso procurar alternativas rapidamente. Recorde-se que a Ucrânia é o maior exportador mundial de óleo de girassol.

 

Colaboração

O inquérito mostrou que, face ao conflito na Ucrânia, muitas empresas de alimentos “plant-based” criaram uma maior colaboração com outras empresas, para ultrapassar os obstáculos gerados pela guerra. Verificou-se também uma colaboração interna mais entrincheirada entre os departamentos de finanças, produção e logística.

A guerra também teve um enorme impacto no sector vegetal, que enfrenta desafios em termos de oferta de ingredientes, embora saibamos que isso vai afetar a indústria alimentar como um todo. Ainda assim, é bom ver que as empresas estão a unir esforços para superar estes desafios“, afirma Stephanie Jaczniakowska-McGirr, responsável internacional da área de indústria alimentar e retalho da ProVeg. “Os resultados do inquérito são da maior importância, pois ajudam-nos a informar melhor os decisores políticos, para que a indústria alimentar ‘plant-based’ receba o apoio de que necessita”.

 

Resultados

31 empresas responderam ao inquérito, realizado entre 1 e 20 de abril. 61% diz que os preços das matérias-primas são mais elevados e assinala a sua escassez. De igual modo, 64% aponta para o aumento dos custos de energia e transporte e 59% que o aumento dos preços dos ingredientes e da energia levará a um aumento dos preços dos produtos. Face a este aumento de custos, 61% acredita que a crise acelerará a transição para a energia verde.

Entre os inquiridos, 64% salienta a falta de disponibilidade de transportes e camionistas e 69% disse que continuará a ser difícil contratar trabalhadores qualificados para o sector.

50% confirmou ter trabalhado mais de perto com outras marcas, clientes e pessoal interno.

Uma das questões no inquérito era se acreditavam que as suas empresas precisariam de ajuda governamental, nos próximos três a 36 meses para enfrentar os desafios criados pela invasão russa da Ucrânia. 25% das empresas disse que precisaria desta ajuda, enquanto 29% indicou que poderia vir a precisar.

Mitigar os efeitos da guerra

Face a estes resultados, a ProVeg faz três recomendações para mitigar os efeitos da guerra na Ucrânia. A primeira seria que a União Europeia continuasse a insistir na estratégia “farm-to-fork”, para apoiar a produção alimentar sustentável nestes tempos difíceis.

Além disso, a organização salienta que a desigualdade do IVA em toda a Europa, que desfavorece as alternativas vegetais aos produtos lácteos, deve acabar.

A ProVeg também apela a um maior apoio governamental às empresas de alimentos à base de plantas.

 

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