Oiça este artigo aqui:
A indústria da eletrónica de consumo foi fortemente afetada duas vezes nos últimos três anos, à medida que os consumidores apertavam os cintos devido ao aumento dos custos e à inflação.
A queda de 44 mil milhões de dólares em receitas em 2022, após o pico do mercado em 2021, foi a pior retração de sempre no sector. Dois anos depois, um novo abalo, com as vendas a cair mais 5 mil milhões em 2024. Mas, apesar destas oscilações dramáticas, o sector recupera sempre, impulsionado pela disposição dos consumidores em gastar ainda mais nos dispositivos de última geração.
Em 2025, prevê-se que os gastos globais em eletrónica de consumo atinjam um novo marco histórico: mais de 1 bilião de dólares num único ano pela primeira vez. Este valor é quase igual ao PIB total de países como os Países Baixos, Turquia ou Arábia Saudita. Mais impressionante ainda: o aumento irá elevar os gastos acumulados dos últimos cinco anos a valores surpreendentes.
Segundo uma análise da Jemlit baseada em dados da Statista, o mundo gastou 5,8 biliões de dólares em eletrónica de consumo desde 2020. Este número torna-se ainda mais impressionante quando comparado com alguns dos ativos mais valiosos do mundo. Por exemplo, esses 5,8 biliões dariam para comprar todo o suprimento de Bitcoin duas vezes, atualmente avaliado em cerca de 2,3 biliões de dólares (dados da semana passada).
Além disso, se os gastos globais em eletrónica dos últimos cinco anos fossem considerados uma economia, seria a terceira maior do mundo, apenas atrás dos Estados Unidos e da China. Em outra comparação surpreendente: com esses 5,8 biliões seria possível comprar a Meta e ainda sobrava dinheiro para adquirir a Tesla e a Netflix.
Como seria de esperar, os smartphones lideraram os gastos globais, representando 2,9 biliões de dólares, ou seja, metade do total. Em segundo lugar ficaram os computadores, portáteis e tablets, com 1,34 biliões, seguidos de perto por televisores, rádios e dispositivos multimédia, com 1,29 biliões. Os equipamentos de gaming representaram uma fatia mais pequena, com um custo mundial de “apenas” 185 mil milhões, enquanto 22 mil milhões foram gastos em drones.
Mais 5,4 biliões de dólares até 2030
Embora muitos fiquem estupefactos com os 5,8 biliões de dólares já gastos em novos dispositivos nos últimos cinco anos, os anos seguintes prometem quase igualar essa quantia, com mais 5,4 biliões previstos até 2030.
Segundo estimativas da Statista, depois de se gastar um recorde de 1 bilião de dólares em electrónica de consumo em 2025, os consumidores continuarão a aumentar esta fatura anual em cerca de 30 mil milhões por ano, até se atingir um impressionante 1,15 biliões em 2030. Para comparação, isto representa um aumento de 15% em relação ao total projetado para este ano e de 25% em relação à despesa anual registada há cinco anos.
Siga-nos no:
