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França quer controlar as centrais de compra da distribuição noutros países

França

O Governo francês vai verificar se os grupos de distribuição respeitam a legislação que garante aos agricultores um preço que cubra os custos, mesmo quando estes recorrem aos seus centros de compras noutros países europeus.

Esta é a mensagem do ministro francês da Economia e Finanças, Bruno Le Maire, que disse que haverá “controlos específicos” para evitar que estas centrais de compras fora de França sirvam para “contornar” a lei Egalim, que garante estes preços mínimos.

Recorde-se que, em 2016, o grupo francês Leclerc criou a central de compras Eurelec Trading, nos Países Baixos, tendo como parceira a alemã Rewe. A Système U também tem uma central de compras nos Países Baixos com outras empresas neerlandesas e alemãs. Já o Carrefour agrupou as suas filiais em França, Espanha, Itália, Bélgica, Roménia e Polónia na Eureca, com sede em Espanha.

Sob pressão dos agricultores franceses, que estão a bloquear dezenas de autoestradas e estradas, em particular algumas das principais vias de acesso a Paris, Bruno Le Maire disse numa entrevista à rádio Europe 1 que não hesitará “em controlar e sancionar duramente”. Já foi aplicada uma coima de mais de seis milhões de euros ao Leclerc, mas o ministro francês alertou que “as sanções aplicam-se a todos, em todo o território, a todos os grupos de distribuição, quer negoceiem a nível nacional ou com centrais de compras europeias”.

 

Lei Egalim

A lei Egalim impõe regras às negociações comerciais entre agricultores, industriais e distribuidores, nomeadamente para que os primeiros recebam um preço que cubra, pelo menos, os seus custos de produção. Mas alguns sindicatos agrícolas queixam-se de que os grupos de distribuição recorrem a centrais de compras estrangeiras para comprar produtos a preços mais baixos, eximindo-se das regras da lei Egalim. A prática também foi denunciada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, sem citar casos específicos.

 

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