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Fora com o saudável, regressa a comida de conforto

O consumo em época de coronavírus está a assentar em dois pilares: por um lado, os produtos considerados de primeira necessidade e os novos essenciais, ou produtos de conforto. Para as empresas de grande consumo, esta tendência representa um incremento nas vendas de alimentos e bebidas tradicionalmente associados à indulgência, conforto e lazer. O que significa que um menor propensão para o consumo saudável, analisa a GlobalData.

No estudo GlobalData Covid-19 Tracker Survey, conduzido a 6 de abril, 83% dos consumidores globais confirmaram estar muito/extremamente preocupados com a Covid-19, com 62% a esperar que situação piore nos seus respetivos países. Consequentemente, estamos a viver numa economia de ansiedade, com o stress e a incerteza a influenciar significativamente as decisões de compra dos consumidores. As vendas de bebidas alcoólicas, snacks e tabaco aumentaram globalmente, com empresas como a Nestlé a registarem uma forte procura pelas gamas de snacks”, afirma Carmen Bryan, analista de consumo na GlobalData.

Estar em casa a consumir comida de conforto pode ter alguns riscos para a saúde, o que já levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a lançar a campanha #HealthyAtHome, para encorajar os consumidores a cuidar da sua saúde física e mental através da prática de exercício, alimentação equilibrada e deixar de fumar. “No cenário pós-Covid-19, poderemos assistir a uma segunda vaga de iniciativas governamentais na área da saúde, novas e melhoradas formas de rotularem alimentar e ao aumento das campanhas online para informar sobre e encorajar a prática de estilos de vida saudáveis. Os fabricantes deverão preparar-se para uma nova onda do saudável, com os consumidores a procurarem produtos que satisfaçam os seus desejos de comer sem culpas”, acrescenta Carmen Bryan.

Durante a crise sanitária, as marcas poderão sentir algumas dificuldades no lançamento de novos produtos uma vez que, como atestam 50% dos inquiridos pela GlobalData, atualmente, os consumidores apenas compram as suas marcas favoritas. A acessibilidade e a familiaridade ganham destaque no supermercado, numa altura em que os movimentos dos consumidores são limitados pelo distanciamento social. “Apesar da consciência para com o saudável aparentar ter sido relegada para segundo plano, deverá regressar em força, apoiada pela procura por parte dos consumidores, pelos programas governamentais e por novos lançamentos que se catalisarão uns aos outros numa economia quase circular. As marcas deverão aproveitar esta época de menor procura para reequacionar as suas linhas de produto e inovar para o longo prazo, procurando capitalizar os ‘vícios’ ganhos pelos consumidores durante a quarentena com a oferta de comida de conforto, mas saudável”, conclui Carmen Bryan.

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